Chimpanzé não larga filhote morto há três meses em parque da Espanha

Uma chimpanzé chamada Natália, que não abandona seu filhote morto há três meses, foi parar entre os assuntos mais comentados da web nos últimos dias. O processo de luto do animal tem causado comoção nos visitantes do Bioparc Valencia, um zoológico da Espanha, e chamado atenção do mundo. 

De acordo com a administração do local, a primata deu à luz um filhote vivo no início de fevereiro. Quatorze dias depois, no entanto, o pequeno morreu rapidamente. A causa provável é que a mamãe não estava produzindo leite suficiente para alimentar a cria. 

Com 21 anos de idade, essa foi a segunda vez que a chimpanzé precisou lidar com um filhote morto. Em 2018, ela já havia perdido uma cria. Mas aparentemente conseguiu lidar melhor com a situação naquela ocasião e desapegou em poucos dias. 

Chimpanzé anda com filhote morto

Em entrevista, Miguel Casares, diretor do zoológico, contou que nos primeiros dias após a morte do filhote, todos os chimpanzés que vivem no mesmo recinto que Natália ficaram muito próximos e se abraçavam constantemente. 

Com o passar do tempo, os outros animais voltaram para suas rotinas. A mamãe, por sua vez, não quis soltar o bebê e passou a realizar todas as suas atividades com o pequeno cadáver junto ao corpo.

O animal passou pelo processo de putrefação e agora é possível ver seu corpinho praticamente esqueletizado sendo carregado pela genitora.   

Segundo Casares, o comportamento da chimpanzé com relação ao filhote morto já foi registrado tanto em outros zoológicos como na natureza. Alguns animais foram vistos, por exemplo, carregando suas crias sem vida até quatro meses depois do parto. 

Leia também:

• Macaco bêbado morde cinco pessoas e provoca pânico em bairro
• Crianças descendentes de pássaros nascem com apenas dois dedos

Ele ainda explica que outros primatas, grandes símios, babuínos e elefantes também podem apresentar o mesmo processo de luto, já que assim como os chimpanzés são muito inteligentes, apegados aos filhos e constroem relações familiares complexas.