Sim, é uma afirmação! Poderia usar a frase do momento: “falei e sai correndo!” mas não, hoje vou encarar o “Falei, vou explicar e ainda que te machuque você vai acabar concordando”.
Todos sabemos que as redes sociais são estrategicamente pensadas e sobretudo estruturadas para reter nossa atenção o máximo de tempo possível (caso não tenha assistido a série: “O Dilema das Redes”, sugiro que assista).
Ao entrar para ver uma indicação de um profissional, por exemplo, já nos prendemos ao lembrete do aniversário daquele amigo, que postou aquela foto com um conhecido, pessoa essa que fez aquela viagem que eu farei nas férias. Na sequência, vou ver as fotos e de repente aparece anúncios de pousadas naquela região e, em um piscar de olhos, naveguei por mais de uma hora e nem percebi. Já aconteceu com você?
Durante o dia, em meio os afazeres, estamos nos perdendo por esse fluxo. Procrastinamos tarefas, nos atrasamos a compromissos, reduzimos a atenção no trabalho e causamos acidentes no trânsito. “Mas Elaine, você é uma produtora de conteúdo digital, mudou de time?”, obviamente não! Não estou aqui condenando o produto, mas sim trazendo para a roda de conversa o uso consciente dessa ferramenta mega importante para nossas vidas.
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Poderia continuar falando dos males físicos e psicológicos que o uso excessivo e sobretudo “desregrado” do celular nos traz, mas vou me ater ao meu quadrado: O IMPACTO DO USO EXCESSIVO DO CELULAR NOS CASAMENTOS.
Frequentemente recebo em meus atendimentos casais com a queixa de desconexão, cônjuges com a impressão de indiferença, falta do olhar e da escuta ativa. Tenho como regra ouvir a rotina de todos os casais e para a surpresa, nem todos sofrem com a falta de tempos juntos. Rotinas parecidas, home office, mais tempo em casa… Mas e aí, o que está pegando então?
Ocorre que, como diz Joel Jota no seu livro 100% Presente, nós não estamos onde nosso corpo está e é por esse motivo que casais estão cada vez mais distantes, mesmo estando mais tempo juntos. Culpa do celular? Não! Culpa da falta de organização e de prioridades no seu uso.
Muita hipocrisia da minha parte sugerir que o celular só seja usado para o trabalho e estudo, não é isso. O celular entre tantas outras funções assume também o papel da distração, do lazer, do descanso mental.
Minha orientação é que alguns acordos sejam firmados a fim de poupar estresse entre o casal. O uso do celular no momento das refeições, por exemplo, ou na cama é uma boa pedida para reaproximar marido e mulher e de um modo geral, as famílias. “Mas Elaine, ele fica o tempo todo no Instagram”. E você? O que faz? Comece diminuindo o seu uso. Tente um cafuné, uma boa chave pernas na cama, não deu certo? Comunique.
Percebo muitos cônjuges criando regras consigo mesmos e entendendo que seu parceiro (a) deve adivinhar. Que o tempo correto de uso e os momentos que não vão fazer falta ao casal é uma escolha unilateral. Não é.
Encerro esse material com mais um ditado: “O combinado não sai caro”. Combinem momentos do casal. Repito: do casal… Olho no olho, mão na mão, opa… vou parar por aqui.