Defendo a tese que casais que possuem uma comunicação assertiva são casais com menos problemas no dia a dia. Porém, recebo com muita frequência nos atendimentos a casais, cônjuges super espontâneos, falantes, expressivos, mas com muita dificuldade em solucionar conflitos conjugais. Ixi, e agora… Onde está o erro?
Vejamos, falar é o ato de emitir palavras, não necessariamente quer dizer comunicar. A ação da comunicação exige muito mais que palavras. Uma boa comunicação depende de autocontrole, planejamento, paciência, leitura do outro, consciência corporal, etc. Começou ficar difícil né? Eu sei!
Quando falamos de comunicação eficaz no casamento, devemos pensar em alguns fatores que podem contribuir para o sucesso ou para o fracasso da conversa.
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Pensando em situações importantes, seja para a solução de um conflito, alinhamento de expectativa, proposta de novos acordos, precisamos nos atentar a esses pontos:
- RUÍDOS: Não me refiro só aos sonoros, mas falo também das distrações. A TV ligada, o celular bipando com notificação, o filho chamando. Então, se a conversa for importante, esteja em um lugar adequado e livre esse tipo de sabotadores.
- RESÍDUOS: Oi? Como assim, Elaine? Refiro-me a resíduos tudo que possa ser “sobra” de situações anteriores já resolvidas e que podem interferir no andamento da conversa. Não trazer assuntos passados e principalmente encarar essa situação atual como única.
- HORA: Será que tem hora boa para uma D.R.? Bom, a hora eu não sei, mas o momento é sim um fator importante. Chamar seu marido para conversar no momento que ele está atrasado para o futebol não é um momento adequado. A comunicação receberá uma carga desnecessária, seja por pressa ou pelo sentimento de desrespeito ao compromisso já agendado.
- INTEGRANTES: Participam da conversa quem de fato precisa participar, qualquer sobra nesse momento é negativa. Conversar assuntos sérios perto de amigos, sogras, irmãos é uma porta de entrada para opiniões alheias, e nessa… a comunicação já deixa de ser eficaz.
- ASSUNTO DEFINIDO: Quer comunicar um desconforto? Seja direta. Nada de misturar assuntos, fazer rodeios, jogar verdes. Ninguém tem obrigação de deduzir, adivinhar ou acertar seu desejo. Fale!
- OUÇA: Comunicar não é só falar, ouvir também faz parte. Aliás, ouso dizer que é mais que isso, precisamos ouvir para entender não apenas para escutar. Entenda que em um casamento existe 2 pessoas diferentes e que a opinião das duas deve ser ouvida e entendida.
- HORA DE PARAR: O último e talvez o mais importante ponto a ter atenção: Comunicou? Ouviu? Sugeriu acordos? Fizeram? Fim! Nada de ficar se estendendo no assunto. Isso vai tirar o foco da solução criando outro problema.
Tem uma frase que já escrevi em vários conteúdos aqui no portal: “O game do casamento não é para amadores”. Hoje complemento: a comunicação assertiva também não!