Incorporadoras de Curitiba apostam em áreas com ‘verde urbano’

Curitiba é uma das cidades mais arborizadas do mundo, estando nas primeiras posições em vários rankings como o portal Engenharia 360, o portal ambiental Ciclo Vivo, o The Culture Trip e o The Roundup.

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Foto: Divulgação

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, destaca que “preservar o meio ambiente é sinal de uma cidade inteligente e que pensa no futuro. Curitiba é referência em preservação ambiental, graças aos parques, praças, bosques e Reservas Particulares do Patrimônio Natural Municipal (RPPNMs). Esse esforço da Prefeitura de Curitiba em criar e preservar essas áreas verdes vem desde a década de 1970. Hoje contamos com 47 parques e bosques públicos em diversas regiões da cidade. Temos uma cobertura florestal de 111 milhões de metros quadrados de áreas verdes na cidade, o que representa mais de 60 metros quadrados de área verde por habitante, quando o mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 metros quadrados por habitante”.

Um dos projetos de sucesso é o desafio 100 Mil Árvores. Graças à participação das empresas, Exército e escolas, o município vem renovando o desafio e chegou em junho deste ano a 364 mil árvores plantadas, conforme informações colhidas no site do projeto.

Também existe um esforço na preservação de fragmentos florestais que formam uma espécie de faixa verde no meio da cidade e que contribuem para o sucesso ambiental e a riqueza ecológica da cidade.

De acordo com a plataforma MapBiomas, em 2021, o equivalente a 14,12% do território curitibano (61,43 milhões de metros quadrados) ainda era formado por florestas ou fragmentos florestais.

Essas áreas, especialmente aquelas localizadas nas regiões norte e oeste da capital, formam uma espécie de cinturão verde, uma linha com natureza preservada em regiões com parques como o Tanguá, o Barigui e o Passaúna.

Alguns dos espaços verdes com maior destaque em Curitiba são o Parque Barigui (preferido dos curitibanos), o Parque das Pedreiras e Memorial Jaime Lerner (reúne a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski), o Parque Tanguá (com belos lagos e belas paisagens), o repaginado Passeio Público (primeiro parque da cidade), o Jardim Botânico (um dos nossos principais cartões postais), a Praça do Japão, a Praça Santos Andrade, o Parque Náutico, o icônico Bosque do Papa (trilhas arborizadas adequadas para passeios e atividades ao ar livre) e o Zoológico Municipal (1800 animais de 127 espécies).

No final do ano passado foi inaugurado o belíssimo Parque Pinhal de Santana (foto). E, neste mês, será inaugurado um novo parque em Curitiba: o Parque Rio Bonito do Tatuquara, que terá cerca de 66 mil metros quadrados de extensão.

É sabido que estas áreas verdes têm impactos positivos ao melhorar a qualidade do ar, reduzindo a poluição e neutralizando as emissões de carbono.

Além disso, desempenham um papel essencial na manutenção da biodiversidade, fornecendo habitat para inúmeras espécies de plantas e animais nativos. Os bosques e parques também ajudam a regular o clima local, criando microclimas mais amenos e combatendo o efeito de ilhas de calor.

Iniciativa privada ‘de olho’ nas áreas verdes

A preocupação com a sustentabilidade e a busca de um estilo de vida mais equilibrado e saudável tem se tornado cada vez mais relevantes para os consumidores. Muitas pessoas valorizam a possibilidade de morar próximo a áreas verdes, desfrutando de um ambiente saudável e equilibrado.

Essa demanda crescente por imóveis que estejam em harmonia com a natureza tem impulsionado a oferta de empreendimentos imobiliários em áreas próximas aos bosques, parques e praças.

Estes espaços oferecem um ambiente propício para o lazer, práticas esportivas, atividades ao ar livre e contato com a natureza. São utilizados pelos moradores para relaxar, caminhar, correr, andar de bicicleta e se reunir com amigos e familiares.

Conversei com alguns empreendedores e executivos sobre este tema para entender alguns dos porquês desta estratégia. Confiram abaixo suas visões.

Para Rodrigo Werneck, CEO da Cúpola, “as áreas verdes como praças, bosques e parques fazem parte daquilo que o mercado reconhece como o atributo principal dos clientes compradores de imóveis, que é a localização. Estes espaços contribuem de forma muito relevante para esta valorização do entorno do empreendimento a partir de uma interação qualificada com a cidade. Estes espaços em todo o Brasil tem metros quadrados extremamente valorizados, especialmente quando ganham equipamentos vocacionados para o lazer. É uma estratégia assertiva das empresas desenvolverem produtos imobiliários que conectam a cidade com os clientes”. 

Na mesma linha, Helio Winter, CEO da Elio Winter, afirma que “a natureza é essencial para a qualidade de vida. Nas grandes cidades, os parques são o refúgio para que possamos ter contato com a natureza sem necessidade de grandes deslocamentos. As áreas verdes ajudam a combater as ilhas de calor e melhoram a qualidade do ar. Além disso, a medicina tem descoberto que ter contato com a natureza diminui os níveis de cortisol e até a pressão arterial. Por isso buscamos lançar empreendimentos que estejam a uma caminhada de distância de parques ou praças. Um exemplo é o Parque das Pedreiras que fica entre o Parque Tanguá e o São Lourenço, ambos apenas 5 minutos de caminhada do empreendimento. Até mesmo os prédios de estúdios, no centro da cidade tem a essa preocupação. O Walk Brigadeiro fica 200 metros da Praça 29 de março e no Walk Soho estamos a 300 metros da Praça Espanha”.

Para o arquiteto Mauro Grande, diretor da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Paraná), “a busca do empreendedor por desenvolver empreendimentos imobiliários próximos a parques, bosques e praças ganhou força por conta do nosso estilo de vida. Passamos os dias e semanas atribulados e precisamos de um tempo, seja individualmente ou em companhia da família, para desestressar. Estes locais aprazíveis e próximos ao lar possibilitam uma melhoria da qualidade de vida. Mas, existe uma oportunidade de melhoria quanto as grandes praças, que estas estão tomadas por estações de ônibus. Poderiam ser mais arborizadas e com mais equipamentos para a população utilizar. E a manutenção das praças menores poderiam ser assumidas por empresas privadas, desde que com algum benefício, como o ganho de potencial construtivo, por exemplo”.

O engenheiro civil e sócio da AGL, Luiz Antoniutti, falou sobre a implantação do Parque New Urban, no Novo Mundo. Ele citou que “o terreno é de propriedade da CWB Outdoor, que cedeu o espaço em parceira, somando esforços para criarmos algo para as pessoas, que valorize o bairro, melhore a qualidade de vida da vizinhança, incentive a convivência no entorno do empreendimento New Urban, a integração da comunidade e o lazer ao ar livre. É uma contribuição que a gente pode e quer dar para que a cidade seja um lugar melhor para todos. O que a gente quer é que a comunidade se aproprie da praça, aproveite o espaço e cuide dele. Queremos ver as pessoas tomando sol em um jardim bonito, mexendo na terra, e vivendo numa cidade mais acolhedora. A praça combina com o propósito do próprio empreendimento”.

Esses empreendimentos imobiliários desempenham um papel importante no desenvolvimento urbano da cidade. Ao investir em empreendimentos próximos a parques e praças, as construtoras e incorporadoras demonstram seu compromisso com o meio ambiente e contribuem para a construção de uma cidade mais sustentável e ecologicamente consciente.

Claro que é fundamental que a administração municipal seja parceira do setor privado e continue incentivando e fomentando o desenvolvimento de empreendimentos que valorizem e preservem estes espaços.

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