No início é uma adaptação difícil, algumas concessões, um cede daqui, outro emburra dali, uma pitada de “será que casar é para mim?”… O tempo foi passando e sim, conseguiram chegar nas bodas de Estanho ou Zinco (10 anos de casados para os desinformados).
Família feliz! Nem tanto. O brilho no olhar ao ver o marido já tem muito tempo que se apagou, as divergências dos planos para o futuro consomem o tempo e a paciência de ambos. Hora super adequada para o monstrinho do “será que casamento é para mim?” reaparecer, e dessa vez ele vem com força: afinal, 10 anos de casados é um tempo bom, nem vou ser tão criticado pela sociedade, mas e os filhos? O sonho de envelhecer juntos? Os bens? Ixi… Agora ficou confuso!
Um cabo de guerra aterrorizante: Desistir de um lado, insistir do outro. Será que a convivência destruiu o amor? Será que se ficarmos um tempo separados podemos nos reconectar? Essa é a típica pergunta que recebo semanalmente em meus atendimentos como Terapeuta de Casais.
Vamos lá… Sou a doida das metáforas e para colocar minha opinião sobre “tempo” no casamento não poderia deixar de usar uma…
Sua casa pega fogo e você não sabe a causa. Sai até que os bombeiros consigam conter as chamas. Assim que o trabalho é concluído você retorna na tentativa de uma vida normal. Novo incêndio, você sai, volta e ok, a vida segue. Não investiga as causas do incêndio tão pouco pensa em neutralizá-las, porque você tem a “segurança” de ter onde se abrigar em um próximo episódio… E se a casa queimar toda? Bom, se queimar eu compro outra e sigo a vida.
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Faz sentido essa atitude? Obviamente você me responderá que não. Sendo assim, qual é o sentido de você sair “temporariamente” do seu casamento como uma fuga de um incêndio e retornar para o mesmo cenário perigoso sem identificar as causas do desastre?
O que o tempo fora vai trazer de conclusão? Há quem diga que saudade! Sim, pode ser, mas a saudade passa ao reencontrar o objeto do sentimento e os problemas, passam? Evaporam? Desaparecem? Não!
Pode até ser que o retorno seja regado de cordialidade e paciência, justamente pela falta que um fez ao outro no tempo de separação, mas tão logo essa saudade acabe, a realidade volta com tudo e as divergências também!
Sendo assim, eu como profissional da área de relacionamentos afirmo categoricamente que o importante para a solução de conflitos são: conversas francas e acordos.
“Ahhh mas fulano ficou 40 dias fora e agora vivem bem”, ok, pode ser… mas certamente não foi o tempo o responsável para o desfecho da historia e sim a disposição de conversar, entender onde se perderam e recomeçar de forma diferente. O tempo foi só o tempero que sozinho não teria efeito nenhum.