Quando uso essa frase em meus atendimentos, em um primeiro momento, soa como loucura da terapeuta (eu, no caso), mas vamos analisar juntos… Quem nunca? Pense comigo:
Rolou uma discussão ontem à noite e hoje pela manhã a esposa já está pendurada ao telefone contando tudo para sua mãe ou para sua melhor amiga, ou então, a esposa exagerou nos gastos e a equipe toda do trabalho do marido já está sabendo e dizendo: “nossa fulano, você trabalha tanto, sua esposa deveria entender que … blablabla”
A coisa fica ainda pior quando, em um jantar com amigos, de sobremesa é servido o assunto da discussão da semana passada. Tudo é lembrado (e até aumentado) para que os amigos tomem partido, como juízes. Resultado: climão e toda a discussão (que inclusive já tinha sido resolvida), vem à tona.
Vejo cônjuges encarando seus parceiros como adversários, exatamente como em um jogo. É uma vantagem enorme quando terceiros ouvem e dão razão, e minha pergunta é sempre a mesma: ganha-se o que com essa vantagem? Encarar o cônjuge como oponente cria um laço de competição, afetando diretamente a conexão do casal, ainda que não se sinta de imediato.
Desabafar com amigos, por mais bem-intencionados que sejam, pode ser perigoso. Ao eleger um ombro para desabafar é necessário entender que a primeira intenção será sempre te acalmar, e nesse comportamento pode haver um erro de interpretação, pois você sairá dessa conversa com a validação da sua raiva, inflamando seu comportamento e, sobretudo, seu casamento.
- Traição: perdão ou divórcio?
- Meu filho nasceu e meu casamento esfriou, normal?
- O homem casado e suas amigas solteiras: pode isso, produção?
Também precisamos considerar que cada conexão é única. O que funciona para o casal Ana e João pode não funcionar para a Maria e Pedro, cada um traz sua bagagem, sua visão do que é um casamento e, sobretudo, suas expectativas, tornando a arte de “espelhar-se” no casamento alheio completamente destrutiva.
Entendam, casamento não precisa de torcida, juízes, plateia ou testemunhas. Para o amor vencer por goleada, o entendimento que só vocês sabem o que sentem, o que passam e o que querem é fundamental. Blindar a relação das opiniões alheias é sinal de maturidade. Experimentem, será surreal, EU GARANTO.
Sobre a autora
Elaine Damasceno (@elaine_damascenoo) é terapeuta de casais e idealizadora da Comunidade Vida de Casada, um espaço de acolhimento a mulheres que buscam evolução como esposas. Psicanalista formada pelo Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica (IBPC); certificada em Coach com formação em Professional e Self Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC); especialista em Inteligência Emocional com ênfase em Família (IBC); especialista em Análise Comportamental (IBC); Graduada em Comunicação Social – Jornalismo – Unopar. Casada com Bruno Santos, mãe de 3 (Nicolle, Luiza e Theo).