Decidir um título em um jogo só nunca deixa a partida bonita, a menos que um dos times seja muito superior e deixe o jogo fácil. Não foi o caso de Flamengo e Athletico.
O Flamengo não conseguiu encaixar jogadas de ataque eficazes e não conseguiu dominar totalmente, não conseguiu criar, foi bloqueado por uma bela estratégia de defesa do rubro-negro de Curitiba.
No primeiro tempo as melhores chances foram do Furacão e o maior benefício da primeira etapa foi a expulsão de Pedro Henrique. Concorde com a expulsão ou não, Gabigol fez o único tento assim que o Athletico ficou com um jogador a menos, aproveitando exatamente o buraco deixado pelo defensor.
Depois disso o jogo voltou ao equilíbrio e o resultado de 1 a 0 foi o que bastou ao torcedor flamenguista para comemorar o título da Libertadores. Já ouvi várias vezes de vários especialistas, atletas e treinadores a frase: “decisão não se joga, se ganha”. Foi deste jeito que o Flamengo venceu e conquistou a taça da Libertadores. Sem brilho, sem jogo bonito, sem muitas chances criadas, mas com a eficiência de aproveitar um momento e apenas fazer o suficiente.
Não dá para culpar apenas o Pedro Henrique, porque o setor de criação do Athletico não conseguiu fazer seus atacantes chegarem à meta. E quando atacantes estavam com a bola para finalizar, não acertaram o gol de Santos.
Não é possível culpar o Felipão, que armou uma estratégia dentro do que o seu elenco permitia, mexeu no time e as mudanças já haviam dado resultado antes. É do jogo e faz parte do esporte. Desta vez não deu.
A bela campanha no ano é o que vai ficar marcado na Baixada e a festa linda dos seus torcedores entra para a história do clube. Um time desacreditado no início do ano, com três mudanças na comissão técnica, a reação em pleno andamento dos jogos oficiais, a classificação em segundo lugar no grupo, superou um estádio lotado na Argentina, superou um placar adverso contra o Palmeiras em sua casa, chegou à final com moral e caiu de pé.
Mais de 50 mil torcedores na Arena, assistindo ao jogo e mandando as vibrações positivas para Guayaquil, levando o Furacão para um patamar mais alto do que aquele que iniciou a temporada. O Athletico é o segundo melhor time da América do Sul em 2022.
Sobre o autor
Filho de radialista, Mauro Mueller (@mauromueller) começou sua carreira no rádio, aos 14 anos e já trabalhou nas principais emissoras de Curitiba e São Paulo. É músico, compositor, poeta, cronista e contista. Também é palhaço e ator. A sua relação com o jornalismo esportivo começou em 2001, quando coordenava a Rádio Transamérica de Curitiba e implantou um projeto inovador para o rádio esportivo. Está no Show de Bola desde sua estreia, em 2010.