Essa final foi sobre acreditar até o fim

Por Mauro Mueller

Foto: Divulgação/AFA

Quando Messi se aposentar dos gramados, esta final no Catar poderá ser contada em palestras para alunos de universidades e grandes empresas (que vão contratá-lo a peso de ouro para contar pela centésima vez como foi conquistar troféus em todas as competições de disputou na vida), Messi poderá usar um tema: ACREDITAR ATÉ O FIM.

O mais preparado entre os mais preparados para uma final, Messi fez parte de 24 finais vencedoras até chegar à Copa, porém em 12 ele não venceu, foi para casa triste e desolado. Vitórias e derrotas prepararam Messi como poucos no planeta para chegar ali e jogar até o último minuto concentrado e focado na missão de vencer.

2 a 0 Argentina…

Alguns torcedores franceses estavam saindo tristes do estádio de Lusail, eu vi no banco de reservas da França alguns jogadores já começando a fala derrotista e reclamando algo que não sei traduzir, mas os gestos e olhos eram fáceis de perceber. Muita gente no mundo saiu da frente da TV, pensando que já estaria resolvido e dando o título para os argentinos antes de acabar o jogo.

E o segundo tempo morno desanimou muita gente, menos a torcida argentina, que ganhava uma confiança, já se preparando para a festa, até os 80 minutos de partida. Mesmo depois do gol de pênalti, muitos achavam difícil, mas ninguém sabia o que se passava na cabeça de Mbappé. Apenas quem acredita faz um belo gol como aquele aos 81 minutos de jogo. No empate, tenho a impressão de ter visto gente impressionada, voltando as atenções para o jogo. Tenho certeza que torcedores franceses enxugaram o choro e começaram a acreditar e torcer de novo.

Prorrogação… De novo os argentinos passaram à frente e tomaram o gol de empate. Na decisão por pênaltis, o título foi decidido por dois gols de diferença. O goleiro Martinez defendeu a cobrança de Tchouaméni e Coman chutou para fora. As emoções se dividiram em todos os momentos do jogo: nervosismo, confiança, espanto, tensão, tristeza e alegria, em mais de 120 minutos.

E a taça ficou nas mãos de uma só equipe. Não foi a que mais jogou bola, pois o jogo mostrou um equilíbrio alternado de time em cada momento da partida. A taça não ficou nas mãos de quem fez gols mais bonitos, não ficou nas mãos de um grupo que foi mais dedicado.

Mas talvez a taça ficou nas mãos de quem acreditou até o fim, de quem foi cobrar o pênalti com a mente mais confiante, de quem foi para a bola com uma dose a mais de preparação, tranquilidade e fé. Talvez seja como disse Santo Agostinho: “Ter fé é acreditar naquilo que você não vê. A recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita”.

Sobre o autor

Filho de radialista, Mauro Mueller (@mauromueller) começou sua carreira no rádio, aos 14 anos e já trabalhou nas principais emissoras de Curitiba e São Paulo. É músico, compositor, poeta, cronista e contista. Também é palhaço e ator. A sua relação com o jornalismo esportivo começou em 2001, quando coordenava a Rádio Transamérica de Curitiba e implantou um projeto inovador para o rádio esportivo. Está no Show de Bola desde sua estreia, em 2010.

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