Uma pesquisa mostra que os videogames podem estimular a inteligência das crianças – inclusive com o aumento do “Q.I”. Mas especialistas alertam que o equilíbrio deve prevalecer na hora de medir o uso dos eletrônicos.
Qual criança já não ouviu da mãe uma frase como esta? “Já deu, né? Vamos desligar isso e vai fazer outra coisa?”, afirma a mãe. E a resposta? “Deixa eu só passar de fase”. O que parece exagero para o filho, é precaução para a mãe. “Ansiedade, depressão, sedentarismo, problema postural, uma série de coisas que se ficar demais, tem que achar o equilibrio”, afirma a educadora física Petula Kleina.
Mas se depender dos resultados de uma pesquisa internacional, os pais vão poder relaxar um pouco em relação a isso. O estudo, publicado pelo jornal britânico Scientific Reports, acompanhou 9 mil crianças, de 9 e 10 anos, durante dois anos e constatou que os meninos e meninas que mais jogaram videogame tiveram um aumento médio de dois pontos e meio no Q.I., o quociente de inteligência.
O estudante Ricardo, de 11 anos, acredita que ajuda de várias formas: “Tem jogos que me ajudam no reflexo, na perspectiva de visão, na criatividade, na agilidade de ver as coisas”.
Para o professor Claudemir Edson Viana da Universidaded de São Paulo (USP), que estuda o emprego dos jogos eletrônicos na educação, os games podem oferecer estímulos importantes. “Promovem uma ludicidade, mas também promovem o potencial enorme de aprendizados. Ele pode aprender questões que envolvam matemática, raciocínio lógico, relações entre espaço e tempo, relações com aspectos históricos”, afirma.
Especialistas em educação entendem também que os videogames podem potencializar ainda mais o desenvolvimento das crianças, se o uso dos jogos for acompanhado por um mediador, que podem ser os pais ou professores. É o que uma escola da capital paulista oferece, o conceito de “gameficação” é usado em aplicativos e programas didáticos, e tem ajudado na aprendizagem.
“A gente busca estratégias pra que o aprendizado seja mais próximo do dia a dia do aluno”, diz o especialista em tecnologia educacional, Paulo Fontes. O estudante José Luiz concorda: “É mais fácil porque você ta naquele pensamento que você ta jogando, mas na verdade você ta aprendendo”.
Mas, como tudo na vida, é preciso evitar o excesso. “Na verdade, como tudo também, o game também merece alguns cuidados. Como, por exemplo, o exagero no uso desse objeto lúdico no cotidiano das crianças, né? Pra tudo deve haver um equilíbrio”, diz o professor. Orientações que são seguidas pela mãe do Ricardo. “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Tem que dosar.”, aconselha.
Informações de SBT News