20 anos do Penta: atuação mágica de Ronaldinho Gaúcho deixa a Inglaterra pelo caminho

A sexta-feira do dia 21 de junho de 2002 começou diferente para os brasileiros. No ar, um misto de apreensão e esperança. O motivo? Às 15h30, a Seleção Brasileira entraria em campo contra a Inglaterra, à época comandada por três atletas de grande destaque: David Beckham, Michael Owen e Paul Scholes. O confronto valia a vaga na semifinal da Copa do Mundo FIFA Japão e Coreia do Sul 2002

FIFA/Getty Images

Em campo, a equipe treinada por Felipão novamente venceu e se classificou. Se antes os holofotes pairavam sobre as cabeças de Ronaldo e Rivaldo, chegara a vez de Ronaldinho Gaúcho assumir o protagonismo em uma atuação que teve de tudo: gol, assistência, lindos dribles e um cartão vermelho. Na melhor partida do camisa 11 na competição, a Canarinho venceu por 2 a 1 e carimbou o passaporte para a semifinal.

O jogo


Resultado igual, atuações diferentes

Os primeiros minutos começaram calmos. As duas equipes se estudavam, mas não conseguiam chegar com eficácia. A primeira finalização da equipe brasileira saiu aos cinco minutos, quando Rivaldo experimentou de perna esquerda. De muito longe, o camisa 10 mandou para fora sem levar nenhum perigo ao goleiro Seaman.

Aos 13, Ronaldinho começou a se soltar. Enfiou a bola por entre as pernas de Scholes, que se viu obrigado a derrubar o camisa 11. Na cobrança, Roberto Carlos finalizou, mas por conta de um desvio no meio do caminho, a jogada terminou em escanteio. Cerca de cinco minutos depois, o Brasil fazia o arqueiro britânico trabalhar pela primeira vez. Ronaldo tabelou com Rivaldo, invadiu a área e chutou rasteiro. O remate acabou saindo no meio do gol, mas a boa construção do lance mostrava que a Seleção estava no caminho certo. 

Em um momento de descuido, a Inglaterra abriu o placar no Estádio Shizuoka. Heskey lançou para Owen. Lúcio interceptou, mas a bola acabou pegando na coxa do defensor e sobrando para o atacante inglês, que precisou apenas tirar de Marcos.

Depois disso, a Canarinho chegou algumas outras vezes. A mais perigosa foi com Ronaldo, que fez jogada na linha de fundo e chutou, mas parou em Seaman. Parecia faltar um pouco de brilho e capricho na hora da concretização.

No que possivelmente seria o último lance da primeira etapa, brilhou Ronaldinho Gaúcho. Como num passe de mágica, o camisa 11 se livrou de quatro marcadores e tocou para Rivaldo, dentro da área, caprichar na finalização e deixar tudo igual. Com o placar marcando um gol para cada lado, as duas equipes foram para o intervalo em busca de ajustes para alcançar a vitória na etapa final.

Segundo tempo agitado

Não demorou muito para que a equipe de Felipão colocasse o confronto a seu favor. Foi quando o relógio apontou cinco minutos que Ronaldinho encostou o pé direito na bola. Como estava a 37 metros da baliza, todos os atletas esperavam um levantamento na área, inclusive Seaman, que estava adiantado para afastar um possível cruzamento. Magia, porém, não se prevê, nem se entende. Em uma finalização que encobriu até o goleiro inglês, o “Bruxo” protagonizou um lance que acabava de entrar para a história. Lentamente, a fim de que todos pudessem assistir à carta que o camisa 11 tirou da manga, a bola encontrou a rede. Para delírio total dos brasileiros.

Talvez nem ele entendia o que havia acabado de fazer. Posteriormente, Ronaldinho admitiria que tentou finalizar no lado oposto da baliza, mas a bola pegou efeito e foi parar no outro ângulo. Certos truques de mágica – ou “bruxaria” – nem mesmo o autor é capaz de explicar. E nem precisa. Fato é que aquela cobrança encantou e mudou a história do jogo.

Sete minutos depois da glória, o herói poderia ter se tornado vilão, mas como isso aconteceria depois de todo o enredo dos primeiros 50 minutos de confronto? Em bola sobrada na entrada da área, Ronaldinho dividiu com Mills. O brasileiro entrou de sola e atingiu a canela do lateral inglês. O árbitro mexicano Felipe Ramos rapidamente tirou o cartão vermelho do bolso e aplicou ao nome do jogo até o momento, deixando a Canarinho em desvantagem numérica.

Com um a menos em campo, restava ao Brasil se defender. A única substituição feita por Felipão foi colocar Edílson no lugar de Ronaldo, buscando dar mais mobilidade e conseguir segurar a posse de bola no movimento ofensivo. A tática deu certo. O Brasil não conseguiu chegar mais com perigo, mas conteve a Inglaterra, que atacava, principalmente com cruzamentos pelo alto, mas não levava muito perigo, mas conteve a Inglaterra, que atacava, principalmente com cruzamentos pelo alto, mas não levava muito perigo. O placar, portanto, seguiu inalterado até o final. O 2 a 1 classificou a Seleção Brasileira para a semifinal.

Ficha técnica

Data: 21/06/2002
Horário: 15h30 (local); 3h30 (Brasília)
Estádio: Estádio Shizuoka
Público: 47.436
Cidade: Shizuoka (Japão)
Árbitro: Felipe Ramos (México)

GOLS

Inglaterra: Michael Owen (23 minutos do 1º tempo)

Brasil: Rivaldo (47 minutos do 1º tempo) e Ronaldinho Gaúcho (5 minutos do 2º tempo)

CARTÕES AMARELOS:

Inglaterra: Paul Scholes (30 minutos do 2º tempo) e Rio Ferdinand (41 minutos do 2º tempo)

CARTÕES VERMELHOS:

Brasil: Ronaldinho Gaúcho (12 minutos do 2º tempo)

ESCALAÇÕES

Inglaterra: David Seaman; Danny Mills, Ferdinand, Campbell, Ashley Cole (Sheringham); Sinclair (Dyer), Beckham, Paul Scholes e Nick Butt; Michael Owen (Vassell) e Heskey

Brasil: Marcos; Cafu (C), Lúcio, Roque Júnior, Edmílson e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldinho e Rivaldo; Ronaldo (Edílson)

Informações da CBF.

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