Por Fábio Hecico
São Paulo, 19 (AE) – O Red Bull Bragantino não é vice-líder do Brasileirão por acaso. Nesta quinta-feira, frio e objetivo, o time de Pedro Caixinha acabou com a euforia do Santos com vitória imponente por 3 a 1 na Vila Belmiro. O resultado acabou com a série invicta de três jogos de Marcelo Fernandes no comando do time e deixou a equipe na zona de rebaixamento em noite na qual a falta de pontaria custou caro.
O Santos desperdiçou muitas chances de gol, parou na trave e em gigantes defesas de Cleiton e lamentou desperdiçar pontos que podem ser sentidos no fim da competição por falta de competência na hora de colocar a bola nas redes. Ex-jogador santista, Eduardo Sasha anotou duas vezes e irritou bastante os torcedores locais. O gol de honra foi contra, de Léo Ortiz, mas a arbitragem deu para Furch.
Apesar de dormir na zona de rebaixamento pela 10ª rodada de 27 no Brasileirão, o Santos terá série de confrontos diretos para se reerguer. Visita o Inter, no domingo, depois recebe o Coritiba e vai à Neo Química Arena para o clássico com o Corinthians.
Com os resultados positivos dos concorrentes na luta contra a queda, o Santos entrou em campo na Vila Belmiro novamente dentro da zona de rebaixamento. Bastava um ponto, porém, para sair das temidas quatro últimas colocações. Com uma vitória, a equipe daria enorme salto na tabela.
Destaque na goleada sobre o Vasco na última partida na Vila Belmiro, o venezuelano Soteldo começou a partida entre os reservas após defender seu país nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Marcelo Fernandes também tinha o retorno de Mendoza, recuperado de lesão muscular.
Diante de um rival invicto há seis rodadas e de olho na segunda colocação, a ordem era partir para cima e abrir o placar logo. Com somente 38 segundos, Lucas Lima, de volta após cumprir suspensão no clássico com o Palmeiras, carimbou a trave e viu Marcos Leonardo cabecear por cima na sequência da jogada. A torcida que “abraçou o time” no pacto de salvá-lo da queda era um frisson só, cantando alto e incentivando o Santos a todo momento.
Acostumado a sufocar seus adversários e criar muitas chances de gol, o Red Bull Bragantino iniciou a partida acuado e sofrendo para passar do meio-campo. A pressão santista era gigante e com menos de cinco minutos, Silvera e Marcos Leonardo tiveram novas oportunidades para abrir o marcador – foram nove finalizações em oito minutos.
Mas o futebol não é justo. E no primeiro lance ofensivo, os visitantes abriram o marcador. Aderlan mandou uma bomba no travessão e Eduardo Sasha pegou o rebote para inaugurar o marcador. O atacante que brigou na Justiça contra os santistas para deixar o clube em 2020 recolocava sua equipe na segunda posição do Brasileirão.
Vitinho quase ampliou logo depois. João Paulo cresceu para salvar. O goleiro repetiu a dose em finalizações de Léo Ortiz e Sasha. Sair na frente deixou o Bragantino mais tranquilo em campo e a pressão santista já não era mais vista. Com gritos de “Santos é o time da virada”, a torcida tentava reanimar a equipe
Dar espaços a um rival frio e bastante ofensivo acabou custando caro. Matheus Gonçalves recebeu lançamento preciso e saiu na cara de João Paulo, que acabou cometendo pênalti. O goleiro levou cartão amarelo e cumprirá suspensão na visita ao Internacional. Na cobrança, até bateu na bola batida por Sasha, mas ela parou nas redes.
O Santos poderia ter ido para o vestiário com ao menos um gol. Cleiton fez duas boas defesas e deu sorte quando Marcos Leonardo deixou dois defensores no chão e errou a batida. Mandou para fora o que seria um golaço na Vila Belmiro.
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Marcelo Oliveira mexeu bem na equipe para buscar uma rápida reação no começo da etapa final. Abriu mão do esquema com três zagueiros, lançou Mendoza, Soteldo e Nonato, mas viu os reservas do Bragantino aparecerem. Helinho tocou para trás e Eric Ramires ampliou logo no primeiro minuto.
O terceiro gol foi uma ducha fria nas pretensões dos santistas. Com a torcida já desanimada – reclamava muito da arbitragem e cantava com mais timidez – o time pouco ofereceu de perigo à meta de Cleiton. Em noite infeliz, Marcos Leonardo não conseguia acertar o alvo. Soteldo até tentava, mas os companheiros não concluíam bem suas jogadas ofensivas.
A reta final do jogo foi de consagração para Cleiton, que fez defesas de alto quilate em finalizações de Furch e Wesley Patati em noite no qual o santista certamente lamentará as tantas oportunidades desperdiçadas. O goleiro só não conseguiu segurar o desvio de Léo Ortiz contra as próprias redes. O gol, já no fim, acabou dado para o atacante argentino, mas não interferiu na maiúscula vitória do Red Bull Bragantino.
Ficha técnica: 1 x 3 Red Bull Bragantino
- Santos: João Paulo; Joaquim, João Basso e Dodô; Lucas Braga, Dodi (Wesley Patati), Jean Lucas, Lucas Lima (Mendoza) e Kevyson (Nonato); Maxi Silvera (Soteldo) e Marcos Leonardo (Furch). Técnico: Marcelo Fernandes.
- Red Bull Bragantino: Cleiton; Aderlan, Luan Patrick, Léo Ortiz e Luan Cândido; Raul (Helinho), Matheus Fernandes (Eric Ramires) e Lucas Evangelista; Matheus Gonçalves (Jadsom Silva), Eduardo Sasha e Vitinho (Sorriso). Técnico: Pedro Caixinha.
- Gols: Eduardo Sasha, aos 9 e aos 27 minutos do primeiro tempo; Eric Ramires, a um, e Furch, aos 41 do segundo.
- Cartões amarelos: João Paulo, Nonato e Jean Lucas (Santos); Luan Patrick (Red Bull Bragantino).
- Árbitro: Raphael Claus (SP).
- Renda: R$ 523.612,50.
- Público: 12.850 presentes.
- Local: Vila Belmiro, em Santos.