SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O árbitro Ignacio Iglesias Villanueva negou que tenha sido demitido pela RFEF (Federação Espanhola de Futebol). O responsável pelo VAR no jogo Valencia x Real Madrid também criticou a entidade e afirmou ser alvo de represália.
Villanueva divulgou um comunicado desmentindo a informação de que ele seria desligado após os erros que culminaram na expulsão de Vinicius Junior. Ele assinou o texto junto de outros cinco profissionais.
O árbitro afirmou que “ninguém da RFEF” entrou em contato com ele sobre a suposta decisão até esta terça-feira (30). Com isso, acrescentou que é “categoricamente falso” que tenha processado a entidade por demissão sem justa causa.
Ele ressaltou que não recebeu explicações sobre ter ficado fora dos jogos da La Liga desde então. Segundo o árbitro, tal medida é “inédita” desde que o VAR foi introduzido no futebol espanhol.
Villanueva ainda alegou que está sofrendo represálias após ter acionado a RFEF na justiça por direitos trabalhistas. O comunicado afirma que os árbitros assistentes são vítimas de uma “retaliação condenável e injustificada” para que eles desistam da reivindicação.
OMISSÃO E POLÊMICA
Villanueva chamou o árbitro principal, Ricardo de Burgos, para analisar o vídeo da confusão em campo no Estádio Mestalla. No final do jogo, Vini Jr foi agredido após sofrer ataques racistas e tentou se desvencilhar de um mata-leão de Hugo Duro.
Porém, o responsável pelo VAR só exibiu o lance em que o brasileiro revidou a agressão acertando o rosto do rival. Villanueva optou por não mostrar a ação do jogador do Valencia e, com a imagem cedida, Burgos decidiu expulsar Vini.
O jornal AS publicou após a partida que Villanueva e outros cinco profissionais seriam desligados do quadro da federação. De acordo com o periódico, a comissão de arbitragem se irritou pela omissão e a postura do profissional causou desconforto interno.
A RFEF criticou a atuação do árbitro de vídeo e reverteu o cartão vermelho ao jogador brasileiro. A entidade emitiu um comunicado oficial com críticas à “decisão arbitrária” que omitiu “parte crucial dos acontecimentos”.