Pelé eterno: figuras do esporte paranaense reverenciam o Rei do Futebol

A morte de Pelé comoveu o mundo todo e rendeu milhões de homenagens de apaixonados pelo esporte. O atleta do século se despediu de uma legião de admiradores nesta quinta-feira (29) depois de um mês internado em São Paulo, já sob cuidados paliativos. O descanso eterno do Rei do futebol deixa o mundo um pouco mais triste, mas quem vive desse esporte tem nele uma inspiração eterna.

Valmir Gomes, o “comentarista que canta a jogada certa”, se lembra da estreia de Pelé na Copa do Mundo de 1958, ainda com 17 anos. Ele entrou em campo pela primeira vez contra a União Soviética, mas balançou as redes diante do País de Gales na vitória por 1 a 0 que deu a classificação para o Brasil nas quartas de final.

“Nós fizemos um ataque com Garrincha e Pelé e, aliás, esses dois que já se foram, quando jogaram juntos pela seleção brasileira, ela nunca perdeu”, recorda. Pelé marcou seis gols naquele mundial e ganhou o apelido que jamais será aplicado a outro jogador. “A imprensa francesa o cognominou como o Rei do Futebol”, lembra Valmir.

Pelé mudou o patamar da seleção, e do Brasil

O ex-jogador Sergio Prestes, o Serginho, também destaca a importância do título de Rei atribuído a Pelé. “Toda essa discussão de Maradona, Messi e outros grandes jogadores que estiveram pelo caminho, mas o único chamado de rei por todo o mundo é o Pelé”, destaca.

A “perda irreparável” do ídolo máximo do futebol brasileiro também marcou um ponto de virada para o esporte no país e para o mundo. “A importância do Pelé para o futebol e para o Brasil de forma geral é imensurável. Ele é símbolo do futebol vencedor, malandro, de habilidade e qualidade técnica. Acima de tudo, o Pelé é um ícone mundial”, reforça.

O curitibano Robson Gomes, hoje preparador físico do Avaí, lembra do discurso emocionado de Pelé em sua despedida dos gramados, quando jogava pelo Cosmos, nos Estados Unidos. “Ele repetiu três palavras: love, love, love (amor, amor, amor), enquanto agradecia com amor tudo o que o futebol lhe proporcionou”, detalha.

Pelé idolatrado também fora do Brasil

O ex-jogador Marquinhos Benatto, com passagens por Athletico e Paraná Clube, é uma testemunha de como o futebol jogado pelo Rei pode ser capaz de marcar uma nação inteira – além do Brasil. Enquanto defendia Veracruz e Club León, em quase oito anos jogando no México, ele lamenta a perda de “uma pessoa que representa o futebol, um ser humano excepcional, além do grande jogador que foi”.

“Tive a oportunidade de jogar no México por muitos anos e lá o Pelé é um mito. Tanto que me perguntavam se no Brasil existia o Dia do Pelé, tamanha a admiração que eles têm pelo Rei”, relembra.

De fato, o país não tem uma data nacional que remeta ao maior jogador de futebol de todos os tempos, mas algumas cidades usaram a data de nascimento do jogador, 23 de outubro, para celebrar o futebol. Em Fortaleza (CE), por exemplo, esta data marca o Dia da Memória do Futebol Cearense, uma homenagem ao ícone maior do esporte.

Edson se foi, mas não o Pelé

Admirado por todos que o viram jogar, seja ao vivo ou em imagens de arquivo, Pelé também era referência até mesmo para quem estava dentro de campo com ele. O uruguaio Sergio Ramirez é uma dessas pessoas que considera o Rei como “uma grande inspiração” e lembra que “o momento é de tristeza, mas também de lembrar que o Pelé nos trouxe muitas alegrias com aquela qualidade técnica, aquela elegância, habilidade e potência física que foi o nosso Pelé.

Para quem teve o “privilégio de jogar junto com ele”, o craque era uma “figura ímpar” a ponto de jamais poder ir embora em definitivo. “Lamentamos porque o Edson se foi, mas o Pelé sempre estará entre a gente. Pelé eterno”, resume.