Primeira colocada no ranking nacional da Espada e vigésima no ranking mundial pelo Sabre, a paraesgrimista paranaense Carminha de Oliveira embarca nesta segunda-feira (8) para um dos maiores desafios de sua carreira em Cardiff, capital do País de Gales, onde participa da Copa do Mundo de Esgrima em Cadeira de Rodas. A competição disputada no Reino Unido vale vaga para representar o Brasil nas Paralimpíadas de Paris-2024. O torneio será realizado de 11 a 13 de janeiro no Centro Nacional de Esportes do País de Gales.
Nascida em Foz do Iguaçu e criada em Guaraniaçu, na região Oeste do Paraná, Carminha representa a capital Curitiba nas competições, recebendo incentivo do PROESPORTE/PR, Governo do Estado do Paraná e COPEL e com apoio do Programa Geração Olímpica e Paralímpica do Estado do Paraná, Lei de Incentivo Municipal ao esporte de Curitiba e Bolsa Atleta do Governo Federal.
Dona de uma série de resultados expressivos em nível nacional e internacional, Carminha já esteve em Tóquio-2020, nos Jogos disputados em 2021 – por causa da pandemia – e terminou a competição na 16ª colocação na modalidade Espada. “A expectativa para a Copa do Mundo em Cardiff é das melhores e para isso eu busquei melhorar, fiz alguns ajustes e confio no trabalho que vem sendo desenvolvido e penso em dar meu melhor para ter um resultado expressivo, para ter uma pontuação melhor no ranking e para chegar cada vez mais próxima da vaga”, afirma a paraesgrimista.
Com uma atrofia na parte inferior da perna direita causada por uma vacina de poliomielite vencida que recebeu aos três anos de idade, a paratleta conheceu o Movimento Paralímpico ao assistir os Jogos Rio-2016 pela televisão. Foi então que Carminha conheceu a Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) e começou a praticar o paradesporto pelo tênis de mesa.
“Depois me convidaram pra fazer uma aula experimental de esgrima, eu gostei do esporte, treinei de março a novembro de 2016 e comecei a disputar competições nacionais, foi quando ganhei meu primeiro título”, acrescenta. Na sequência, em 2017 veio a primeira convocação para a Seleção Brasileira, em que Carminha de Oliveira segue até hoje. Em 2021 veio a participação nas Paralimpíadas de Tóquio, na Espada, e agora a paratleta tenta realizar o sonho de chegar aos Jogos mais uma vez.
Armas da esgrima
Espada, Sabre e Florete são as três armas da esgrima. Todas valem um ponto por vez, quando o adversário é atingido. A Espada é uma arma de toque de ponta. Vale tocar em qualquer parte da cintura para cima: tronco, braços, mãos, máscara. Lembrando que, por se tratar de um esporte disputado em cadeira de rodas, os membros inferiores são desconsiderados para toque e pontuação.
O Florete é uma arma de convenção, o que significa que é necessário seguir uma regra para validar o toque. O toque de ponta tem prioridade, ou seja, precisa bater na arma do adversário antes de tocar. É considerado como válido o toque nas regiões vitais do corpo – na área equivalente a uma regata.
O Sabre também é uma arma de convenção. O toque pode acontecer de ponta ou de lado em qualquer área do corpo, da cintura para cima: tronco, braços, mãos e máscara, em um colete metalizado. Vale o toque só para quem tocar primeiro no adversário.
Versátil, Carminha de Oliveira têm bons resultados nas três armas, o que potencializa suas chances de estar nos Jogos Paralímpicos. “Eu jogo as três armas, a Espada, Sabre e Florete. A principal chance hoje de entrar na vaga para Paris-2024 está se dando pelo Florete e, se eu confiar em ir treinando as três, mas o que está dando mais probabilidade hoje de vaga é o florete”, finaliza a paratleta.