Recurso de Djokovic será ouvido no sábado após Austrália cancelar visto novamente

Por Ian Ransom e Sonali Paul

Novak Djokovic descansa durante treino em Melbourne Park para o Aberto da Austrália

MELBOURNE (Reuters) – O astro do tênis não vacinado contra a Covid-19 Novak Djokovic conseguiu o direito de levar sua luta contra a deportação da Austrália a um Tribunal Federal no sábado após o governo australiano cancelar seu visto pela segunda vez por conta de regras contra a Covid-19. 

O governo aceitou não deportá-lo até o encerramento do caso, embora o tenista número um do mundo tenha recebido ordens para voltar à detenção pré-deportação às 20h no horário local. 

Sua equipe de advogados deu entrada no recurso tarde da noite – menos de três horas depois que o ministro da Imigração, Alex Hawke, utilizou seus poderes discricionários para revogar o visto. A expectativa dos advogados é que Djokovic ainda consiga iniciar sua campanha de defesa do título do Aberto da Austrália na segunda-feira.

Os advogados disseram que vão argumentar que a deportação pode ser uma ameaça à saúde pública tão grande quanto deixá-lo ficar no país e isentá-lo da exigência da vacinação, pois a decisão pela deportação, na visão deles, alimentaria um sentimento contrário às vacinas.

Na Sérvia, país do tenista, uma autoridade do Ministério da Saúde defendeu Djokovic contra relatos da imprensa de que haveria anomalias no teste positivo para a Covid que ele teve em 16 de dezembro, usado pelo atleta como base para sua isenção médica para a vacina.

A revista alemã Der Spiegel disse que o código QR do exame mostrou um resultado negativo quando escaneado inicialmente e, posteriormente, passou a mostrar positivo. A publicação também questionou se o exame foi realmente realizado.

Zoran Gojkovic, membro do grupo de combate à Covid do ministério sérvio, disse que uma análise feita pela pasta mostrou que o teste foi “absolutamente válido”.

Embora o governo do primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, tenha conquistado apoio por sua postura dura em relação à segurança das fronteiras durante a pandemia, ele não escapou das críticas da condução aparentemente inconsistente da questão com o visto de Djokovic.

O sérvio de 34 anos, que busca conquistar seu 21º título de um torneio de Grand Slam, foi informado em sua chegada ao país no dia 5 de janeiro que a dispensa médica que o permitia viajar era inválida. 

Ele passou vários dias em detenção em um hotel do setor de Imigração com requerentes de asilo antes que a decisão fosse revogada por questões procedimentais.

Hawke disse que agora exerceu sua prerrogativa de cancelar o visto “por motivos de saúde e boa ordem, com base no interesse público”.

“PROTEGER AS FRONTEIRAS”

Hawke disse que havia considerado cuidadosamente informações de Djokovic e das autoridades australianas, acrescentando que o governo estava “firmemente empenhado em proteger as fronteiras da Austrália, particularmente em relação à pandemia da Covid-19”.

A controvérsia intensificou um debate global sobre os direitos dos não vacinados contra a Covid e se tornou uma questão política complicada para o primeiro-ministro Scott Morrison no momento em que ele faz campanha para uma eleição prevista para maio.

“Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante esta pandemia, e eles esperam com razão que o resultado desses sacrifícios seja protegido”, disse Morrison em uma nota.

“É isto que o ministro está fazendo ao tomar esta ação hoje. Nossas fortes políticas de proteção de fronteiras mantiveram os australianos a salvo.”

A Austrália passou por alguns dos lockdowns mais rígidos do mundo para conter a pandemia, e o país tem observado um surto descontrolado da variante Ômicron do coronavírus provocar quase 1 milhão de casos nas últimas duas semanas.

Mais de 90% dos australianos adultos estão vacinados, e uma pesquisa online do grupo de mídia News Corp descobriu que 83% eram a favor da deportação de Djokovic.

Djokovic, atual campeão do Aberto da Austrália, foi incluído no sorteio das chaves para o torneio como principal cabeça de chave e deveria enfrentar na estreia o compatriota sérvio Miomir Kecmanovic na próxima semana.

Parecendo relaxado, ele havia treinado seu saque e retornou com sua comitiva em uma quadra vazia no Melbourne Park mais cedo na sexta-feira, descansando ocasionalmente para limpar o suor de seu rosto.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759))

REUTERS ES PVB MPP

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