Por Gabriel Araujo
SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil registrou nesta quinta-feira 1.699 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que representa a segunda maior contagem diária desde o início da pandemia e eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 260.970, segundo o Ministério da Saúde.
A cifra desta quinta fica abaixo apenas da verificada justamente na véspera, quando o Brasil atingiu o recorde de 1.910 óbitos em um só dia.
Além disso, foram contabilizados 75.102 novos casos de coronavírus no país, também a segunda maior marca já vista em apenas um dia, com o total de contaminados avançando para 10.793.732.
O número de casos desta quinta perde somente para a contagem notificada em 7 de janeiro, de 87.843 infecções.
Passando por uma nova onda de contaminações, mortes e sobrecargas de sistemas de saúde, o Brasil é o segundo país com maior número de óbitos por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, abaixo dos EUA e da Índia.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reafirmou nesta quinta-feira que o país enfrenta o pior momento da pandemia, especialmente considerando as taxas de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs).
“Mesmo no período entre a segunda metade de julho e o mês de agosto, quando foram registrados os maiores números de casos e óbitos, não tivemos um cenário como o atual, com a maioria dos Estados e Distrito Federal na zona de alerta crítica”, disse em nota a Fiocruz, que contabiliza 19 unidades da Federação com taxas de ocupação superiores a 80%.
Estado brasileiro mais afetado pela doença em números absolutos, São Paulo atingiu nesta quinta as marcas de 2.080.852 casos e 60.694 mortes.
“É fundamental que a população entenda a importância de conter a disseminação do vírus. Faço um apelo para que sigam as medidas restritivas, evitem aglomerações e usem máscara”, disse pelo Twitter o governador paulista, João Doria (PSDB), que na véspera colocou todo o Estado na fase vermelha do plano de contenção da Covid-19, a mais restritiva.
Os fechamentos de atividades decretados por diversos governadores do país têm sido alvo de ataques constantes do presidente Jair Bolsonaro, que nesta quinta disse –apesar do momento dramático da pandemia no país– que o Brasil precisa parar “de frescura, de mimimi”.
Conforme os números do Ministério da Saúde, Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus, com 901.535 casos, mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados, somando 33.466 mortes.
O Brasil ainda possui, segundo o governo, 9.637.020 pessoas recuperadas da Covid-19 e 895.742 pacientes em acompanhamento.