Mentira deliberada tem dono e precisa ser denunciada, diz presidente do TSE

Por Ricardo Brito

Presidente do TSE, Luís Roberto Barroso

BRASÍLIA (Reuters) – Em discurso sem citar o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, fez nesta quinta-feira uma defesa enfática do atual sistema de voto em urna eletrônica e destacou que uma mentira deliberada tem dono e precisa ser denunciada.

Bolsonaro tem dito que há fraude no atual modelo de votação e, após mais de um ano falando dessas alegações sem mostrar evidências, anunciou que apresentará nesta noite provas do que seriam inconsistências nas urnas eletrônicas.

Com baixa popularidade e em desvantagem nas pesquisas para reeleição no próximo ano, Bolsonaro quer alterar o modelo de votação, introduzindo a impressão do voto nas urnas eletrônicas.

“Eu não paro para bater boca, eu não me distraio com miudezas, eu vivo para fazer o que é certo, justo e legítimo, sem ser o dono da verdade porque numa democracia não tem donos da verdade”, disse.

“A democracia é o regime em que há muitas verdades possíveis, mas a mentira deliberada tem dono e é assim que precisa ser adequadamente denunciada”, reforçou ele, durante evento de inauguração de uma sede na Justiça Eleitoral do Acre.

Em uma indireta a Bolsonaro, Barroso disse que o discurso de que houve fraude em caso de derrota é de “de quem não aceita a democracia porque a alternância no poder é um pressuposto dos regimes democráticos”.

O presidente do TSE afirmou que a democracia é um espaço de convivência de pessoas que pensam diferente. Para ele, esse sistema político só não tem lugar para a intolerância, a agressão e a violência.

“Uma causa que precise de ódio, de mentira, desinformação, agressividade, grosseria não pode ser uma causa”, disse.

“As causas boas… há diferentes compreensões do bem, mas o mal é muito visível quando nós verificamos. Ele se move por atitudes de ódio, de desrespeito ao outro”, apontou.

Barroso reafirmou que não houve, desde a adoção do sistema de urna eletrônica em 1996, qualquer irregularidade. Segundo ele, se para que isso ocorresse, toda a Justiça Eleitoral teria de estar comprometida, “ia ser uma conspiração de muita gente, íamos ter dificuldades de produzir consenso nessa fraude”.

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