Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) – O Instituto Butantan aguarda para a próxima semana uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a testar em humanos um soro para tratamento da Covid-19, disse o presidente do Butantan, Dimas Covas, nesta sexta-feira.
De acordo com ele, o soro, produzido com base em plasma de cavalos inoculados com o coronavírus e que produziram anticorpos contra a doença, será testado em pacientes transplantados de rim, no Hospital do Rim, e em pacientes com comorbidades no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
“Os estudos em animais feitos com o que a gente chama de teste de desafio mostraram que esse soro é extremamente efetivo”, disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado.
Os testes com a aplicação do soro em hamsters, disse Covas, mostraram uma preservação do pulmão do animal e uma redução da inflamação causada pela Covid-19.
“Os animais que foram tratados tiveram seu pulmão protegido, ou seja, não desenvolveram a forma fatal da infecção pelo coronavírus, mostrando que os resultados em animais são extremamente promissores. Esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nesses estudos clínicos que poderão ser autorizadas na próxima semana para ter o seu início”, afirmou.
De acordo com o presidente do Butantan, o instituto já tem 3 mil frascos do soro contra a Covid para iniciar os testes em humanos uma vez que sejam autorizados pela Anvisa.
Ele disse que o Butantan entregou o pedido para o estudo clínico com o soro à Anvisa na última terça-feira e que deve receber do órgão regulador nesta sexta as observações sobre o pedido.