CCR recupera tráfego no 4º tri, mas devolução da MSVia leva a prejuízo

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) – A CCR teve no quarto trimestre crescimento do tráfego nas rodovias que administra pela primeira vez desde o início da pandemia, refletindo menores restrições à circulação, mas fechou o período com prejuízo devido a uma baixa contábil.

A operadora de concessões de infraestrutura anunciou nesta quinta-feira que o tráfego consolidado de suas estradas entre outubro e dezembro foi 4,6% maior do que um ano antes, ajudada em parte pelo maior transporte ligado ao agronegócio.

De todo modo, os efeitos prolongados das restrições, com efeitos maiores sobretudo nas concessões da companhia em aeroportos e mobilidade urbana fizeram sua receita líquida de 2,56 bilhões de reais ser 3,3% menor ano a ano.

Segundo o gestor de relações com investidores da CCR, Marcus Vinícius Vieira, a recuperação nos diferentes modais vinha se estendendo nesses primeiros meses de 2021 e a companhia agora aguarda seu relatório semanal de tráfego desta semana, após governos regionais pelo país terem voltado a restringir mais a circulação devido a uma segunda onda da pandemia.

“De todo modo, entendo que agora o impacto não será tão grande quanto no início da pandemia no ano passado”, disse ele.

Segundo o executivo, o plano da CCR é investir cerca de 2 bilhões de reais neste ano, pouco mais do que os 1,48 bilhão aplicados no ano passado.

Além disso, a companhia segue se preparando para participar de leilões de concessões de infraestrutura previstas para 2021, incluindo os das rodovias BR-153, BR-163, BR-381 e Dutra. Esta última, sob gestão da CCR, teve no mês passado um aditivo, que estendeu a administração da rodovia que liga São Paulo a Rio de Janeiro sob controle da companhia por mais um ano.

Além disso, disse Vieira, a CCR planeja disputar a concessão das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em São Paulo, inicialmente marcada para esta semana, mas que poderia ainda acontecer neste mês.

Para o executivo, mesmo com as avaliações de que o tráfego de passageiros nos modais urbanos e aéreo vai demorar mais tempo para se recuperar dos efeitos da pandemia, as concessões seguem atrativas para a companhia, dado que são de prazos de 20 a 30 anos, em média.

No quarto trimestre, o resultado operacional da CCR medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado mesma base teve queda de cerca de 30%, com margem de 41,2% (queda de 15,6 pontos).

A queda é explicada em parte pela baixa contábil de 305 milhões de reais feita pela CCR referente à devolução da concessão da MSVia, no Mato Grosso do Sul.

O mesmo efeito impactou a última linha do resultado, que foi de prejuízo de 78,2 milhões de reais, ante lucro de 395,4 milhões um ano antes. Excluindo esse feito, a empresa teve lucro líquido de 176,1 milhões de reais.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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