Por Aislinn Laing e Jorge Vega
SANTIAGO (Reuters) – O Chile está passando na frente do restante da América Latina em sua campanha para vacinar sua população contra o coronavírus, o que os líderes do país andino esperam ajudar não somente a repelir o vírus, mas a unir a nação.
Até o dia 18 de fevereiro, o país havia administrado mais de 2,5 milhões de doses de vacina, o suficiente para cerca de uma vacina para 12 em cada 100 pessoas, de acordo com a publicação Our World in Data. O Chile poderia vacinar totalmente 10% de sua população com duas doses por pessoa em somente 20 dias no ritmo atual, mostraram dados da Reuters.
Rodrigo Yáñez, vice-ministro do Comércio que negocia os acordos, disse em uma entrevista que o Chile sediou diversos testes de vacina para obter prioridade no suprimento e usou contatos com parceiros comerciais produtores de vacina que normalmente adquirem seu cobre e suas frutas frescas.
Em um estádio de futebol transformado em centro de vacinação de La Florida, bairro da classe trabalhadora da capital Santiago, o prefeito, Rodolfo Carter, disse que a campanha acelerada pode ajudar a curar o país depois de dois anos terríveis, durante os quais foi abalado primeiro por protestos violentos e depois pela pandemia.
“Talvez esta tragédia global dê a nós, chilenos, a oportunidade não somente de receber uma injeção, mas de estender a mão e confortar a alma da nação”, disse ele à Reuters, acrescentando que o centro atende sete mil pessoas por dia em média.
Pouco mais de um ano atrás, o Chile foi varrido por protestos intensos contra a desigualdade e o elitismo que deixaram dezenas de mortes e feridos, bilhões de dólares de danos aos negócios e uma população profundamente dividida.
Mas apesar das tensões contínuas, muitos chilenos estão satisfeitos com a rapidez com que o país pôs seu programa de vacinação para funcionar. Na véspera de Natal, ele foi o primeiro da América do Sul a começar as inoculações, imunizando profissionais de saúde com a vacina da Pfizer-BioNTech.
Com a chegada das doses da Sinovac, o Chile montou 1.400 clínicas móveis em todo o território no início de fevereiro, e até quinta-feira já havia aplicado cerca de 2,57 milhões de doses.