SÃO PAULO (Reuters) – Com o aumento na demanda de agricultores por seguro rural e no valor aplicado pelo governo no programa de subvenção, o número de contratação de apólices mais que dobrou em 2020, para 193.470 unidades, ante 93.108 registradas um ano antes, informou o Ministério da Agricultura nesta quarta-feira.
De acordo com balanço do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), foram utilizados 881 milhões de reais para o pagamento de subvenções a apólices de seguro contratadas no ano passado. Em 2019, o montante ficou em 427,9 milhões.
As operações abrangeram uma área de 13,67 milhões de hectares e representaram 45,79 bilhões de reais em valor de produção segurado.
“Apenas em 2020 as seguradoras pagaram em indenizações aos produtores aproximadamente 2,5 bilhões de reais”, disse em nota o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do ministério, Pedro Loyola.
Para ele, considerando os sucessivos problemas climáticos observados nos últimos anos, cada vez mais severos, o produtor rural não deveria plantar sem a proteção do seguro e seguindo as recomendações do zoneamento agrícola.
Do total utilizado em 2020, aproximadamente, 311 milhões de reais foram liberados no primeiro semestre, sendo 82% deste recurso destinado para os grãos de inverno.
Já no segundo semestre, 68% do recurso foi destinado para os grãos de verão e café, e 11% para frutas. No ano ainda foram destinados 6,1 milhões de reais para pecuária e 28 milhões de reais para as demais culturas.
A área segurada de 13,67 milhões de hectares representa um salto de quase 104% no comparativo anual, embora valha destacar que o Brasil ainda está muito aquém em áreas com seguro rural ante alguns de seus principais concorrentes, como os Estados Unidos.
O Ministério da Agricultura destacou que, para 2021, está previsto o recurso de 1 bilhão de reais para o PSR, que depende ainda de aprovação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), em tramitação no Congresso Nacional.
(Por Nayara Figueiredo; Edição de Luciano Costa)