Na última segunda-feira, houve uma paralisação de duas horas em protesto contra o pagamento parcial dos salários. Os trabalhadores receberam apenas 80% do valor devido, referente ao mês de dezembro.
Além disso, o sindicato ajuizou ação junto à justiça do trabalho solicitando o fim dos pagamentos salariais em duas vezes, mas até então não obteve resposta do judiciário.
Caso a greve seja aprovada, o transporte deve parar somente na segunda-feira, devido ao prazo legal de 72 horas. Devido à assembleia de amanhã, também é possível que haja atraso nas linhas que circulam entre 5h e 6 horas.
Esta crise no transporte coletivo de Ponta Grossa se arrasta há alguns anos e, em 2020, foi acentuada pela pandemia covid-19. A Viação Campos Gerais alega enfrentar um colapso financeiro sem precedentes, impulsionado pelos seguintes fatores: redução no número de passageiros e defasagem na tarifa, que hoje custa 4,30.
No ano passado, ainda em fevereiro, a empresa solicitou a revisão da tarifa – como ocorre anualmente – mas a prefeitura não deu prosseguimento ao pedido e, até agora, a empresa opera com base em uma planilha de custos aprovada ainda em 2019 pelo Conselho Municipal de Transporte e Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte.
Além disso, com as restrições decorrentes da covid-19, houve mais queda no número de passageiros segundo a concessionária. Logo no início da pandemia, a viação pediu apoio financeiro do município para conseguir manter as atividades. O apoio foi negado e a VCG entrou na justiça, pedindo um subsídio mensal superior a 2 milhões de reais para conseguir dar continuidade ao serviço, o pedido não foi concedido e a ação judicial extinta.
Essa bola de neve resultou em uma série de demissões e parcelamento dos salários dos trabalhadores, até que em dezembro a concessionária não conseguiu pagar a segunda parcela do 13º salário no prazo.
Os próximos episódios desta série de desventuras no transporte coletivo ainda são incertos.
Em meio a tudo isso, o que diz a prefeitura, que é o poder concedente do transporte? Por nota, a AMTT se limitou a dizer que “em relação à paralisação, trata-se de uma situação interna da concessionária. A prefeitura segue acompanhando os desdobramentos”.
Veja mais informações sobre este e outros casos, assista a edição completa do Tribuna da Massa Ponta Grossa desta quinta-feira (28):