BERLIM (Reuters) – O diretor de “Courage”, um documentário sobre três atores que se jogaram nos protestos que emergiram da contestada eleição presidencial de Belarus no ano passado, espera que o filme ressalte a condição dos prisioneiros políticos no país.
O filme, que está em exibição no Festival de Cinema de Berlim, segue as vidas de atores que há 15 anos deixaram o Teatro Estatal de Minsk em protesto contra a repressão para estabelecerem seu próprio teatro independente.
No ano passado, a hora deles chega quando milhares de pessoas tomam as ruas por todo o país do leste europeu, dizendo que a eleição do presidente Alexander Lukashenko havia sido fraudulenta.
“Sabíamos desde o início que poderia ficar muito sério”, disse o diretor Aliaksei Paluyan. “Quando uma pessoa que tem explorado o seu país por 26 anos diz que vai atirar… para mim e para a minha cinegrafista estava claro: Eles vão atirar.”
Os protestos que atingiram o país desde agosto viram a candidata de oposição Svetlana Tichankovskaya ser forçada ao exílio, enquanto seu marido e muitos aliados próximos estão presos ao lado de muitos outros que foram detidos com a repressão policial em episódios de brutalidade sem precedentes no país.
Paluyan, um bielorusso que deixou o país para Alemanha em 2012, disse que espera que o filme chegue a um público maior, ele tem medo, tanto por seu país quanto pelos três protagonistas de seu filme, jogados para a frente dos holofotes por conta da atenção para o documentário.
“Coragem e audácia é quando você diz ‘estou com medo, eu estou com um medo horrível, mas ainda assim vou continuar´”, disse.
(Reportagem de Lena Toepler)