Dólar toma fôlego e ultrapassa R$5,58 com piora externa e ruídos locais

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar abandonou a relativa calma vista pela manhã e repentinamente passou a subir frente ao real nesta sexta-feira, em alta de mais de 1% e atraindo o Banco Central ao mercado com um leilão de venda de moeda spot.

REUTERS/Gary Cameron

Analistas dizem que o mercado sofre com saídas de recursos de investidores estrangeiros, em reação ao “sell-off” global no mercado de títulos, que reduz o apelo de ativos de mercados emergentes.

Às 13h02, o dólar à vista subia 1,25%, a 5,5787 reais na venda, bem perto da máxima tocada um pouco antes (5,581 reais, alta de 1,30%).

Na B3, o dólar futuro de segundo vencimento –já o mais líquido– bateu 5,5855 reais, pico desde o começo de novembro.

A tomada de fôlego da moeda coincidiu com a piora de sinal em ativos de risco no exterior, onde o dólar ganhava de forma generalizada e as bolsas de valores voltavam a cair, enquanto os rendimentos dos Treasuries –cuja escalada foi o pivô da liquidação dos mercados na véspera– recobravam forças e se mantinham perto de máximas em um ano.

O noticiário político doméstico tampouco ajudava o sentimento dos operadores, que analisavam a ressurgência de notícias na imprensa a respeito de eventual fragilidade do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo.

A formação da Ptax de fim de mês –evento que tradicionalmente adiciona volatilidade aos negócios– também estava no radar.

O dólar chegou a cair 0,31% às 10h49, para 5,4925 reais, taxa que quase foi tocada novamente por volta de 11h30, a partir de quando uma série de ordens de compras começou a dominar o mercado.

Às 12h12, a moeda bateu uma máxima acima de 5,57 reais. Três minutos depois, o Banco Central veio ao mercado com anúncio de um leilão de venda de dólar à vista, no qual colocou 740 milhões de dólares.

Na véspera, o BC já havia feito duas operações do tipo, nas quais colocou um total de 1,535 bilhão de dólares –maior valor de venda a ser liquidado no mesmo dia desde a liquidação de 2,175 bilhões de dólares em moeda à vista em 28 de abril do ano passado.

O BC não fazia leilão de dólar à vista desde dezembro de 2020. Na segunda-feira, o Bacen já havia vendido 1 bilhão de dólares em dinheiro novo via swaps cambiais tradicionais, numa tentativa de conter a forte reação negativa do câmbio à percepção do mercado de ingerência política na Petrobras.

(Por José de Castro)

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