A história de uma mulher que contraiu uma bactéria de necrotério – encontrada em cadáveres – ao fazer sexo com o marido viralizou nas redes sociais e chocou o país no últimos dias. A situação foi relatada pela médica Larissa Pereira Faria, que atendeu a paciente com sintomas de forte odor vaginal e coceira na região íntima.
Apesar de falar sobre o caso bizarro nas redes sociais, ela não deu detalhes sobre em que cidade ou local ocorreu o atendimento. Possivelmente, para preservar a vítima e não descumprir a lei de confidencialidade do paciente, que proíbe os profissionais de saúde de divulgarem informações pessoais sem consentimento dos envolvidos.
A história sobre a bactéria de necrotério
De acordo com Larissa, a mulher chegou no consultório reclamando de um cheiro insuportável advindo de sua vagina e explicou que já havia realizado várias consultas, mas o problema continuava. Com o passar dos dias, a situação teria se agravado a tal ponto que a paciente estava com vergonha de sair de casa porque não conseguia disfarçar o odor.
A médica ainda pontuou que pôde sentir o cheiro de longe quando a mulher chegou na porta do consultório.
Decidida a colocar um fim no problema, ela internou a paciente e solicitou uma bateria de exames. Foi então que os resultados mostraram uma infecção por uma bactéria de necrotério, ou melhor, um micro-organismo comumente encontrado em cadáveres.
“Quando descobrimos o motivo, veio um susto enorme. Na [vagina] tinha uma bactéria proveniente de pessoas mortas”,
afirmou Larissa.
Conclusão do relato
Ainda conforme a profissional de saúde, após a descoberta, a mulher contou que o marido trabalhava em um necrotério. O que fez a equipe suspeitar que ele era necrófilo, ou seja, praticava atos sexuais com os corpos das pessoas mortas levadas para o local. Para piorar, ele não teria usado preservativo e acabou infectando a esposa ao manter relação com ela.
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“O marido foi denunciado pelo hospital (ficou preso poucos dias e está respondendo em liberdade). Ela se divorciou e ficou traumatizada com o quadro e está fazendo acompanhamento psiquiátrico atualmente”, finalizou a médica, em seu relato.
Veja a publicação:
Quem é a médica?
A médica Larissa Pereira Faria costuma compartilhar histórias e relatos médicos em suas redes sociais. No total, ela tem mais de 61 mil seguidores, sendo 16 mil no Instagram e 45,8 mil no TikTok.
Em outra postagem, por exemplo, ela contou que o centro cirúrgico do hospital em que trabalha costuma ser o mais temido “devido ao tanto de coisas que acontecem sem explicação”. Segundo ela, mesmo com o local vazio porque está em reforma “se escuta pessoas andando, barulhos de monitores, vozes, risos, coisas caindo, choro”.
Que bactéria de necrotério é essa?
A médica não especificou qual bactéria foi responsável pelo quadro, apenas afirmou se tratar de uma “bactéria proveniente de pessoas mortas”, ou seja, que pode ser encontrada nos necrotérios porque é para lá que são levados os cadáveres que precisam de identificação ou devem passar por autópsia e exames periciais.
Em resposta à publicação de Larissa, o perito oficial médico legista Marcelo Rocha Campos, que também compartilha conteúdos sobre sua profissão nas redes sociais, afirmou que não existe uma bactéria própria de cadáveres e chamou a história de “maior lenda urbana da internet”.
“Não existe bactéria só de corpo de cadáver, só de corpo em decomposição. Isso porque as bactérias que fazem a decomposição do corpo são as nossas próprias bactérias. A gente tem milhares de espécies de bactérias no nosso corpo vivendo em equilíbrio e quando a gente perde a vida, essas bactérias começam a se multiplicar para degradar a matéria orgânica”,
explicou o médico legista no TikTok.
Putrescina e cadaverina
Marcelo, no entanto, pontuou a existência das substâncias putrescina e cadaverina, que podem sim causar infecções íntimas. Contudo, ele nega que elas sejam transmitidas por relações sexuais.
“Putrescina e cadaverina não são bactérias, são duas substâncias produzidas por algumas bactérias. […] É possível uma pessoa ter uma infecção íntima por alguma dessas bactérias? Sim. Ela pegou de algum corpo em decomposição? Não”, completou o profissional.
Assista ao vídeo:
Verdade ou lenda urbana?
Vale ressaltar que na internet circulam várias histórias diferentes de pessoas infectadas por uma bactéria que só existe em cadáveres. Algumas delas já comprovadas como farsas, por isso, o legista chamou o novo caso de lenda urbana.
No entanto, a inexistência de uma bactéria específica de cadáveres, vulgo bactéria de necrotério, não exclui a possibilidade de problemas de infecção em casos de necrofilia. O que pode acontecer.
Além disso, o contato com pessoas mortas pode sim causar alguns tipos de infecções ou doenças, principalmente em pessoas que já estão com o sistema imunológico debilitado. Pois germes, fungos e bactérias conseguem se proliferar a vontade em cadáveres em decomposição, de tal modo que todos eles são considerados de alto potencial infeccioso.
O site e-farsas, que investiga a veracidade de notícias, foi atrás da história contada pela médica e relembrou que esses tipo de relatos existem muito antes da invenção da internet. E, por fim, concluiu que “Não há elementos que comprovem que uma mulher foi contaminada com uma bactéria presente apenas em cadáveres após ter relações com o marido necrófilo!”.
Até o momento, a médica não se manifestou sobre as críticas.
O que é necrofilia?
A palavra ‘necrofilia’ vem do grego nekros (morto) e philos (amante) e diz respeito a obsessão em ter relações sexuais com cadáveres. Se trata de uma parafilia, ou seja, um distúrbio sexual.
No Brasil, a necrofilia é considerada crime, previsto no artigo 212 do Código Penal. “Vilipendiar cadáver ou suas cinzas, Pena- detenção, de um a três anos, e multa”, diz um trecho do artigo.