Recentemente, os Correios do Reino Unido devolveram uma carta – que deveria ter sido entregue há 50 anos – ao remetente. Surpresa, Tizi Hodson, de 70 anos, contou que a correspondência se tratava de sua candidatura ao emprego dos sonhos: motociclista acrobática dublê.
Em 1976, quando a aspirante a aventureira Tizi não obteve resposta após postar sua inscrição para o trabalho, ela presumiu que se tratava de uma negativa. “Todos os dias eu procurava minha vaga, mas não havia nada lá e fiquei muito decepcionada porque eu realmente queria ser uma dublê de moto”, lembrou ela.
Mas agora, a idosa descobriu que na verdade a carta nunca chegou ao seu destino, pois ficou meio século perdida atrás de uma gaveta em uma agência dos Correios.
No topo do envelope entregue em seu endereço em Gedney Hill, Lincolnshire, há uma nota escrita à mão que diz: “Entrega atrasada pelo Staines Post Office. Encontrada atrás de uma gaveta. Apenas cerca de 50 anos de atraso.’
Em entrevista à BBC, Tizi afirmou que é “incrível” que a carta tenha sido devolvida a ela depois de tantos anos. Principalmente porque já mudou de casa e de país inúmeras vezes na vida.
Ela disse que significa “muito” que alguém tenha se dado ao trabalho de encontrá-la e que ela até se lembra do dia em que digitou a candidatura em seu apartamento em Londres.
Felizmente, a carta extraviada e a suposta negativa ao emprego dos sonhos não foram o suficiente para desanimar a jovem que ansiava por aventuras. Tizi não desistiu de sua busca por uma carreira cheia de adrenalina e se mudou para a África, onde trabalhou como tratadora de cobras e encantadora de cavalos antes de aprender a voar e se tornar piloto acrobática e instrutora de voo.
Relembrando a carta que ela enviou no início de sua carreira, a idosa disse que precisava ter cuidado para não contar às pessoas que anunciavam a vaga de dublê que ela era uma mulher, porque achava que não teria “nenhuma chance” de conseguir uma entrevista.
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Ao pensar que se a carta tivesse sido entregue, sua vida poderia ter sido totalmente diferente, a idosa afirmou que olhando para trás, não mudaria nada.
“Se eu pudesse falar comigo mesma quando era mais jovem, eu diria para ela ir e fazer tudo o que eu fiz. Eu tive um tempo maravilhoso na vida, mesmo tendo quebrado alguns ossos”,
falou.