Fumante tem cabelos crescendo na garganta em rara complicação do cigarro

Um fumante austríaco começou a ter cabelos na garganta como uma complicação rara do vício em cigarro. O caso bizarro foi detalhado recentemente no American Journal of Case Reports. 

De acordo com o relato, o homem procurou ajuda médica em 2007, com os sintomas de voz rouca, dificuldade para respirar e tosse crônica. Na ocasião, ele explicou que fumava um maço de cigarros por dia há cerca de 17 anos. 

O paciente então foi submetido a uma broncoscopia que revelou uma inflamação e surpreendentemente vários cabelos em sua garganta, em uma área que havia sido operada anteriormente. 

O diagnóstico foi crescimento de cabelos endotraqueais, ou simplesmente, pelos cabelos na garganta.

Os médicos que descreveram o caso no jornal de publicações científicas explicaram que o paciente quase se afogou quando tinha 10 anos de idade e, durante o socorro, foi submetido a uma traqueostomia para ter a respiração estabilizada. 

Posteriormente, a ferida foi fechada usando pele e cartilagem de sua orelha e, quando ele procurou tratamento para sua tosse e falta de ar, foi detectado crescimento de cabelo ao redor do local desse enxerto.

“O tabagismo está associado à regulação positiva das vias de sinalização molecular no epitélio respiratório, que podem estimular os folículos capilares, como a proteína sonic hedgehog, WNT-1/β-catenina e o receptor do fator de crescimento epidérmico”, explicaram os médicos.

Cabelos na garganta de fumante só acabaram após ele parar com os cigarros

Os médicos conseguiram remover os cabelos arrancando-os, um procedimento que proporcionou alívio, mas não uma solução permanente. Os cabelos continuaram a crescer e o paciente retornou ao hospital anualmente durante 14 anos, queixando-se dos mesmos sintomas.

Normalmente, havia de seis a nove pelos de 5 centímetros na garganta do homem, com alguns passando pela caixa vocal e crescendo em sua boca. Além da remoção, o homem foi tratado com antibióticos, pois os pelos estavam cobertos de bactérias.

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A situação complicada só foi remediada em 2022, quando o homem então com 52 anos parou de fumar e os médicos conseguiram realizar uma coagulação endoscópica com plasma de argônio — queimando a raiz de onde o cabelo estava crescendo.

“O crescimento recorrente de pelos foi finalmente encerrado pela coagulação a laser de plasma de argônio e após cessação do tabagismo. Nossa hipótese é que o início do crescimento de pelos foi desencadeado pelo tabagismo do paciente”, diz um trecho da publicação.