Mulher com Síndrome de Pica é viciada em comer cimento

Uma mulher de 39 anos diagnosticada com Alotriofagia ou ‘Síndrome de Pica’ falou sobre sua luta para acabar com o vício em comer cimento e argamassa das paredes de casa. Segundo Patrice Benjamin-Ramgoolam, ela sabe que é “muito ruim” para sua saúde, mas não consegue colocar um fim na dieta peculiar. 

A ‘Síndrome de Pica’ é um transtorno alimentar sério e se caracteriza pela ingestão de substâncias que não são comestíveis, como papel, sabonete, terra, moedas, etc. O nome vem do pássaro P. Pica, que se alimenta de quase tudo que encontra. 

De acordo com Patrice, seus desejos começaram ainda na adolescência, quando ela precisou ir morar com os avós depois da separação dos pais. Ela explica que na época descobriu uma tia e um tio que também tinham Pica.

Comeu cimento e argamassa aos 15 anos 

Aos 15 anos, ela cedeu à curiosidade de arranhar uma parede com um enfeite de metal para ver o que havia sob a tinta, o que levou ao hábito de extrair dali cerca de cinco colheres de chá de argamassa regularmente.

O dano foi eventualmente notado por sua avó e tia, mas elas acreditaram que se tratava de um desgaste normal na estrutura da residência. 

Em 2012, Patrice se casou com um colega de adolescência, chamado Calvi, e os dois se estabeleceram na casa dos avós dela, permanecendo no local mesmo depois do falecimento dos idosos. 

Patrice explica que inicialmente conseguiu esconder a ‘Síndrome de Pica’ do marido, assim como vício em comer cimento e argamassa. Para tanto, ela cobria um buraco da parede com um pôster e outro estava fora de vista perto da cama. 

Um dia, no entanto, Calvi acabou pegando a esposa em flagrante, com a boca e o rosto cobertos de poeira e uma tesoura nas mãos. 

“Eu estava com vergonha de contar a ele o que estava fazendo. Para mim, era normal, mas eu sabia que ele não veria dessa forma. Calvin olhou para mim, completamente perplexo e perguntou o que eu estava fazendo. E foi aí que tive que explicar o que fiz com as paredes”,

relembrou Patrice. 

Tratamento para a Síndrome de Pica

Assustado, Calvin implorou para que ela procurasse ajuda médica e foi então que Patrice iniciou seu primeiro tratamento contra a ‘Síndrome de Pica’. 

Patrice conta que procurou um conselheiro para investigar a história de sua família, suspeitando de uma ligação com sua compulsão. Ela se abriu sobre como mastigar sua casa “preenchia um vazio” em sua vida, pois se sentia “distante” de sua mãe, que havia iniciado outra unidade familiar da qual ela não se sentia parte.

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Atualmente, Patrice também foi diagnosticada com ansiedade e depressão e sabe-se que a Pica costuma atuar como um mecanismo de enfrentamento para tais condições. Em um documentário, ela revelou que suas principais aliadas contra o vício têm sido técnicas de atenção plena.

Apesar de sofrer com os dentes lascados devido às mordiscadas da argamassa, e de reconhecer que sua condição “poderia matá-la”, ela admitiu que não sabe se está pronta para parar de comer cimento e argamassa.

“Para ser sincera, não sei se estou pronta para parar completamente, pois isso ainda desperta felicidade dentro de mim. Só espero não acabar prejudicando seriamente minha saúde. Gostaria de poder parar pelo bem do meu marido, mas não sei se consigo”,

finalizou.