Soldado vira ‘exército de um homem só’ após fumar maconha na guerra

A história de um soldado Peter Charles Lemon, que virou “um exército de um homem só” depois de fumar maconha na Guerra do Vietnã, viralizou nos últimos dias, após ser contada pelo podcast ‘Dark Docs’. 

Soldado vira 'exército de um homem só' após fumar maconha na guerra
Soldado vira 'exército de um homem só' após fumar maconha na guerra. (Foto: Ilustrativa/Pexels)

“Foi a única vez que entrei em combate chapado. Você fica realmente alerta quando está chapado porque tem que estar”,

declarou o soldado. 

Nascido no Canadá, Peter entrou como voluntário no Exército dos EUA em 1969, durante a Guerra do Vietnã, porque acreditava firmemente na missão da América de se opor à propagação do comunismo. No entanto, ao chegar no país asiático, ele mudou de opinião. 

“Ao pisar no Vietnã, a perspectiva de Peter Lemon começou a mudar profundamente. As complexas realidades da guerra, longe dos ideais que ele prezava, desafiaram-no e aos seus camaradas de formas inesperadas”, diz um trecho do podcast. 

A maconha na guerra

O choque de realidade, o ambiente hostil e as ambiguidades morais, que não atingiram apenas o jovem canadense de 20 anos, fizeram muitos soldados entrarem em depressão. E, grande parte deles passou a fumar maconha diariamente.

Portanto, não era incomum que Peter, enquanto estava estacionado em uma base de artilharia chamada ‘Fire Base Illingworth’, perto da fronteira do Vietnã do Sul com o Camboja, optasse por aliviar sua adrenalina acendendo um cigarro de maconha. 

Até que na madrugada do dia 2 de abril de 1970, logo depois de Peter usar a droga, os norte-vietnamitas lançaram o ataque contra eles. Cerca de 400 soldados de elite cercaram a base, superando em número os americanos na proporção de dois para um. Imediatamente, ele percebeu que poderia morrer e acionou seu “modo rambo”

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Peter Charles Lemon durante a Guerra do Vietnã. (Foto: Peter Charles Lemon)

Exército de um homem só

De acordo com o relato de testemunhas e do próprio soldado, primeiro ele usou uma metralhadora calibre 50 para disparar centenas de tiros na horda que se aproximava. Depois de ficar sem munição para o .50, ele pegou seu fuzil M16 e começou a usá-lo para defender a base – parando apenas para lançar uma granada ocasional sempre que via os atacantes se aproximando demais.

Mais uma vez ficando sem munição, Peter enfrentou um dos atacantes restantes corpo a corpo, travando uma briga brutal enquanto morteiros explodiam ao redor deles.

Mas então o impensável aconteceu. Um morteiro vietnamita atingiu um carregamento enorme de projéteis de artilharia, que explodiu e levou tudo pelos ares. O estrago foi tão grande que deixou uma cratera no local e o combate chegou a parar por cerca de 10 minutos. 

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Segundo o podcast, Peter revelou que estava duplamente atordoado em uma junção da explosão com os efeitos da “forte erva do sudeste asiático”. Mesmo gravemente ferido, ele conseguiu se levantar e arrastar um de seus camaradas para um posto de socorro. 

“Enquanto corria de volta para a batalha, ele foi ferido pela segunda vez pelo fogo inimigo. Negligenciando sua própria dor, Peter voltou à sua posição enquanto a chuva de granadas recomeçava de ambos os lados. Era hora da vingança”,  

diz outro trecho do programa.

Em entrevista, o soldado que admitiu ter fumado maconha antes de virar um “exército de um homem só” revelou que já havia aceitado que morreria naquele dia: “Eu disse a mim mesmo: ‘Você não vai conseguir superar isso’”

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Atualmente, Peter é chamado para dar muitas palestras. (Foto: Peter Charles Lemon)

Mas antes de dizer adeus ao mundo, ele ainda pegou um saco de granadas e voltou para a luta. E, quando as granadas acabaram, ele rechaçou os atacantes com os punhos, recebendo mais um ferimento de bala.

Embora tenha desmaiado devido à perda de sangue, Peter sobreviveu e na primavera seguinte foi informado de que o presidente Richard Nixon queria entregar-lhe uma Medalha de Honra.

O soldado pensou seriamente em recusar o prêmio por bravura, mas acabou aceitando.

Conforme desabafou para alguns amigos, ele se sentia amargurado pelo fato de a base em que estava – e seus camaradas mortos – terem sido usados ​​como isca para atrair o exército norte-vietnamita e guardou a Medalha de Honra no fundo de uma gaveta. 

Até que em 1969, mudou de opinião quando considerou que naquela batalha lutou por seus amigos

“Peter C Lemon, o oitavo mais jovem ganhador da Medalha de Honra vivo, um sargento que, drogado com maconha, lutou além dos limites dos homens comuns, começou a carregar a medalha em memória de todos os soldados que defenderam a Base de Fogo de Illingworth contra o exército norte-vietnamita”,

finaliza o podcast. 
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