O primeiro sistema de transplante de cabeça do mundo foi revelado pela startup de neurociência e engenharia biomédica BrainBridge, na última semana. A ideia é usar o corpo de um doador falecido para possibilitar uma vida normal a pacientes com doenças incuráveis ou portadores de paralisias.
A BrainBridge prevê que o processo poderá estar disponível dentro de apenas oito anos, utilizando robótica avançada e inteligência artificial para os procedimentos de transplante.
Como funcionará o transplante de cabeça
O transplante de cabeça idealizado pela startup envolve a transferência da cabeça do paciente para um corpo de um doador saudável e com morte cerebral. O que, segundo a empresa, preservaria a consciência, as memórias e as habilidades cognitivas do beneficiado.
O processo, no entanto, é bastante complexo. Para tanto, a BrainBridge está contratando especialistas em diversas áreas, incluindo interfaces cérebro-computador (BCI), semelhantes ao chip cerebral Neuralink de Elon Musk.
“O processo emprega sistemas robóticos avançados de alta velocidade para prevenir a degradação das células cerebrais e garantir compatibilidade perfeita. Todo o procedimento é guiado por imagens de nível molecular em tempo real e algoritmos de IA para facilitar a reconexão precisa da medula espinhal, nervos e veias de sangue”,
explica Sergei Paylian, CEO da BrainBridge.
Sergei afirma que a tecnologia promete abrir portas para tratamentos que salvam vidas e eram inimagináveis há apenas alguns anos.
Veja como a startup promete realizar a cirurgia:
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Outro método
Enquanto a startup desenvolve sua forma de transplantar cabeças, o neurocirurgião italiano Sergio Canavero, planejava realizar o procedimento arriscado no cientista da computação russo Valery Spiridonov, que sofre de uma rara doença de perda muscular.
A cirurgia bizarra só não aconteceu porque enquanto aguardava, Valery conheceu uma mulher, casou com ela e aprendeu a conviver com a enfermidade.
Apesar do revés, Canavero prosseguiu com sua pesquisa e, junto com o cirurgião Dr. Xiaoping Ren, realizou o seu primeiro transplante de cabeça em 2017, na China. Na ocasião, contudo, ele usou dois cadáveres para testar a tecnologia ainda não usada em nenhum vivo.
Vale lembrar
Na década de 1950, o cientista russo Vladimir Demikhov fez uma série de experimentos horríveis nos quais enxertou cabeças vivas em cães, resultando em cachorros com duas cabeças.
Já o neurocirurgião americano Robert J White fez transplantes de cabeça em mais de 30 macacos Rhesus. Os animais viveram por alguns dias e até semanas após os procedimentos cruéis.