Abertura de novas vagas na indústria fica estável em agosto

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia (Novo Caged) divulgou, na última quinta-feira (29), os dados gerais sobre o mercado de trabalho em todo o Brasil. A indústria do Paraná abriu 2.963 novos postos formais de trabalho em agosto, de acordo com o levantamento. No total, o estado empregou 15.118 profissionais em todos os ramos de atividade, sendo o segmento de serviços o que liderou o ranking, com 8.022 contratações. Comércio ficou em segundo lugar (3.568), seguido pela indústria e a construção civil (729). Setor agropecuário fechou 164 postos no mês.

Foto: CNA/Wenderson Araújo/Trilux

Mesmo com saldo positivo, o índice de admissões ficou praticamente estável na comparação com o resultado do mês anterior, 0,2%, quando foram abertas 2.957 vagas. Pelo levantamento mensal, 725 mil pessoas estão trabalhando atualmente na indústria paranaense (estoque), um aumento de 0,41% na avaliação contra julho.

Das 24 atividades avaliadas pelo Novo Caged, 19 criaram oportunidades aos trabalhadores. A que mais contratou foi a de alimentos (1.342), seguida por confecções e artigos do vestuário (316), máquinas e equipamentos (286), fabricação de produtos de metal (243) e produtos químicos (226). Cinco áreas ficaram negativas, mais demitiram do que admitiram pessoas. Foi o caso do segmento madeireiro (-479), de móveis (-84), fumo (-41), petróleo (-17) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5).

Iporã, no Noroeste do Paraná, foi o município que mais contratou trabalhadores em agosto (602). As oportunidades foram ofertadas por uma indústria alimentícia. A cidade é seguida por Curitiba (378), Rolândia (208), Londrina (188) e Pato Branco (187).

Acumulado do ano

De janeiro a agosto, o setor industrial foi o segundo que mais abriu oportunidades de trabalho no Paraná, chegando a 23.675 novas admissões. Mesmo com saldo positivo, desacelerou 17% em relação ao verificado no mesmo período de 2021, quando empregou 28.433 novos profissionais. O ritmo de contratações também é 47% menor agora, se comparado ao que foi registrado em agosto do ano passado. Na época 5.555 pessoas foram admitidas na indústria paranaense.

Este ano, apenas três atividades, das 24 avaliadas, fecharam mais postos do que abriram. Setor moveleiro registra o pior saldo (-572), seguido por fumo (-35) e fabricação de outros equipamentos de transporte (-20). Alimentos novamente lidera o ranking das contratações deste ano no segmento industrial, com 5.060 vagas abertas. Na sequência vêm confecções e artigos do vestuário (2.809), máquinas e equipamentos (2.108), automotivo (2.088) e fabricação de produtos de metal (1.956).

Dos 23.675 trabalhadores admitidos pelas indústrias paranaenses em 2022, 56% são homens e 44% mulheres. Mais de 60% têm entre 18 e 24 anos e 73% concluíram o Ensino Médio. Curitiba foi o município do estado que mais abriu vagas (1.824). A capital é seguida por São José dos Pinhais (1.652) e Iporã (1.049).

No Brasil, o saldo de novos empregos na indústria este ano é de 319.379 postos e, no Sul do país Sul, 87.469 trabalhadores foram contratados. O Rio Grande Sul foi o estado que mais abriu vagas até o momento na região, 36.979. Depois vem Santa Catarina, com 26.815 novas admissões. O Paraná acumula 23.675 novas oportunidades no setor.

O economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, avalia que os dados são positivos, mas que alguns fatores têm influenciado o comportamento do mercado de trabalho na indústria paranaense. “Um deles é que, no ano passado, a indústria vinha num momento de forte retomada, enquanto atividades como comércio e serviços ainda enfrentavam restrições de abertura e funcionamento, com poucas oportunidades de emprego”, diz. Com menos vagas disponíveis aos trabalhadores, a indústria liderava as contratações formais, admitindo profissionais qualificados sem concorrência dos demais segmentos econômicos. “Neste ano, o cenário mudou. Comércio e serviços voltaram a ofertar vagas e a mão de obra qualificada ficou mais concorrida e escassa. O que ajuda a explicar a desaceleração nas novas contratações da indústria neste ano”, completa.

Para o restante do ano, Felippe acredita que questões de ordem macroeconômica podem influenciar o dinamismo do mercado de trabalho no estado. Segundo ele, até o final do ano, as atividades de consumo – como Dias das Crianças, Black Friday, Copa do Mundo e Festas de Final de Ano – poderão alavancar ainda mais as vendas no comércio, impactando os números de empregabilidade. “Porém, a permanência dos preços em patamares elevados e a taxa juros alta para controlar a inflação atuarão como barreiras ao aumento do consumo, com possíveis reflexos na geração de empregos”, conclui.

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