Paraná faz corte de mais de 5 mi t na safra de soja; reduz previsão para milho

SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Paraná na temporada 2021/22 está agora estimada em 13,1 milhões de toneladas, de acordo com levantamento emergencial feito na virada do ano pelo Departamento de Economia Rural (Deral), o que indica uma queda de quase 38% em relação às projeções iniciais de cerca de 21 milhões de toneladas.

Foto: REUTERS/Inaê Riveras

O número, que mostra um corte adicional de mais de 5 milhões de toneladas na comparação com as 18,4 milhões de toneladas do levantamento divulgado em 22 de dezembro pelo órgão da Secretaria Estadual da Agricultura, indica os efeitos do agravamento da seca no Estado, um dos principais produtores de grãos do Brasil, segundo o chefe do Deral, Salatiel Turra.

As perdas em soja e milho foram registradas nas regiões oeste e sudoeste, principalmente. Considerando outros produtos, como batata, feijão e silagem, as perdas estimadas pela seca são próximas de 17 bilhões de reais, comentou Turra à Reuters, nesta segunda-feira.

Ao falar especificamente sobre a soja, Turra disse que a quebra projetada é irreversível no Estado, que é tradicionalmente o segundo produtor nacional da oleaginosa.

“É difícil recuperar as perdas das áreas onde está em estágio de frutificação. Mudar para cima (a estimativa) não vai, é muito difícil. Para baixo, é possível”, afirmou Turra.

Na temporada anterior, segundo o Deral, o Estado colheu 19,8 milhões de toneladas de soja.

A quebra de safra de soja no Paraná possivelmente terá impacto no volume total do Brasil, cuja safra está oficialmente estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 142,8 milhões de toneladas.

No levantamento anterior, divulgado no início de dezembro, antes dos efeitos da seca, a Conab havia apontado a produção de soja do Paraná em 20,7 milhões de toneladas.

Turra, do Deral, aconselha que não se compare dados do departamento com os da Conab, pois são obtidos por metodologias diferentes.

Mas os números do Deral dão uma dimensão do efeito que a quebra de safra do Paraná poderia ter para a produção de soja do Brasil, o maior produtor e exportador global da oleaginosa.

Algumas áreas isoladas do Paraná podem ter iniciado a colheita de soja, mas os números devem ficar representativos somente nos próximos 15 dias, acrescentou ele.

“No oeste tem alguma coisa, mas não daria para considerar significativo a ponto de dizer que está colhendo”, afirmou.

Ele disse ainda que os dados levantados ao final do ano pelo Deral subsidiaram o governo estadual para lidar com os efeitos da seca. Quase metade dos municípios paranaenses está com alguma dificuldade hídrica.

No caso do milho, cuja primeira safra foi projetada inicialmente em mais de 4 milhões de toneladas, a estimativa passou agora para 2,4 milhões de toneladas, disse o chefe do Deral. Ao final do mês passado, a estimativa era de 3,7 milhões de toneladas.

O cereal é plantado de forma mais ampla na segunda safra no Paraná.

Turra disse que as chuvas esperadas para esta semana no Estado são muito bem-vindas para pastagem, mas não devem ajudar lavouras de grãos em estágios mais avançados.

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