Bolsonaro foi alertado por deputado sobre pressão em importação da Covaxin, diz relator da CPI

Por Ricardo Brito

REUTERS/Adriano Machado

BRASÍLIA (Reuters) – A CPI da Covid do Senado aprovou na quarta-feira o requerimento para convidar o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, que relatou, em depoimento ao Ministério Público Federal, ter sido pressionado no processo referente à importação da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin.

O colegiado também acatou a vinda do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), irmão do servidor. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse na comissão nesta manhã que o deputado teria ido relatar ao presidente Jair Bolsonaro as pressões em torno da importação da Covaxin.

A previsão é que o servidor e o irmão deputado deponham à comissão de inquérito na sexta-feira à tarde.

A CPI também aprovou requerimento para convocar o tenente-coronel Alex Lial Marinho. Um dos auxiliares do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Marinho foi apontado por Luís Ricardo Miranda no depoimento ao MPF como um dos que estariam pressionando pela aquisição da vacina indiana.

Marinho também teve seus sigilos bancário, telefônico, telemático e fiscal quebrados pela comissão de inquérito.

Sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano havia sido chamado para depor nesta quarta à CPI. Mas, após alegar que estavam cumprindo quarentena em razão de ter feito uma viagem à Índia, o depoimento dele foi adiado e ainda não foi remarcado nova data.

A CPI e o MPF investigam a operação de compra da Covaxin. A Procuradoria da República já abriu uma investigação preliminar para avaliar se houve crime no contrato firmado entre o ministério e a empresa Precisa Medicamentos para a compra do imunizante, citando o risco temerário no acerto firmado.

Em despacho, a Procuradoria disse que o contrato para a compra da Covaxin para a entrega de 20 milhões de doses tem valor total de 1,6 bilhão de reais, “tendo sido a dose negociada por 15 dólares, preço superior ao da negociação de outras vacinas no mercado internacional, a exemplo da vacina da Pfizer”.

O ministério e a Precisa já divulgaram notas negando irregularidades e se colocando à disposição para prestar esclarecimentos.

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