Em dez anos, 383 pessoas foram assassinadas em conflitos agrários no Brasil

Conflitos agrários nos últimos 10 anos, causaram a morte de 383 pessoas por disputa de terra no Brasil, segundo dados da Pastoral da Terra. Só no ano passado, na Amazônia Legal  – área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), 28 pessoas foram assassinadas.

As vigílias em frente à sede da Funai em Brasília não tem data para acabar. Na próxima 2ª feira (13.jun), os servidores irão se reunir com representantes da fundação. Eles cobram mais segurança para quem estiver atuando em áreas isoladas e de conflitos. 

Gustavo Vieira é servidor da Funai há 10 anos, trabalhou com o Bruno Pereira e conta que são vários os episódios de ameaças, “Muita insegurança pessoal, muitos dos meus colegas receberam ameaça de morte em muitas das condições de fiscalização vigilância. Muitas das pessoas que estão trabalhando hoje na base onde o bruno trabalhou a vida inteira, no Vale do Javari, estão amedrontadas de receber retaliações lá, essas ameaças são rotineiras, são contantes, acontecem sempre”.

O missionário Guenter Loebens, do CIMI – Conselho Indigenista Missionário, diz que o Vale do Javari é cercado de diferentes ameaças ao longo do terrtório, ” Essa violação do direito territorial dos povos indígenas tem sido uma constante nos últimos anos e um agravante é que os invasores agem cada vez mais livremente, na certeza da impunidade”.

O Vale do Javari abrange dois municípios do Amazonas e é a segunda maior terra indígena do país. Fica na fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. A região tem um histórico de violência. Em setembro de 2019 um outro servidor da Funai, Maxciel Pereira dos Santos, que atuava nessa área, foi assassinado com dois tiros e até hoje o crime segue sem solução.

A preocupação cresce com o passar dos dias. Um novo grupo de entidades, que atuam em defesa do direito à liberdade de expressão, entre elas: Repórteres sem Fronteiras e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), protocolou um pedido na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

O objetivo é que o governo, garanta a segurança no desenvolvimento de atividades jornalísticas e de direitos humanos na região e, se necessário, que outros países que fazem fronteira com o Brasil colaborem com as investigações. 

Quem conhece o trabalho de Bruno Pereira, estranha o sumiço já que o indigenista é um profundo conhecedor da região “Ele acompanha essa terra já há muito tempo, então ele tem uma clareza muito grande de quais são as ameaças que tem ali.”, diz o amigo Gustavo.

Informações de SBT News

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