Insegurança alimentar atinge 33,1 milhões de brasileiros em 2022

O número de brasileiros em situação de insegurança alimentar continua avançando no país. Segundo um levantamento da Rede Penssan, divulgado nesta quarta (8), cerca de 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer diariamente, quase o dobro do registrado no início da pandemia de covid-19, em 2020, quando foram contabilizados 19 milhões de moradores com fome.

Foto: ONU

No total, são 14 milhões de novos brasileiros em situação de fome em pouco mais de um ano, sendo que mais da metade da população (58,7%) vive com algum grau de insegurança alimentar — leve, moderado ou grave. Com isso, os dados apontam que o país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990. 

Atualmente, apenas quatro em cada 10 domicílios conseguem manter acesso pleno à alimentação, enquanto os outros se dividem em uma escala, que vai dos que permanecem preocupados com a possibilidade de não ter alimentos no futuro até os que já passam fome.

Em números absolutos, são 125,2 milhões de brasileiros que passaram por algum grau de insegurança alimentar, o que corresponde a um aumento de 7,2% desde 2020.

“A pandemia surge neste contexto de aumento da pobreza e da miséria, e traz ainda mais desamparo e sofrimento. Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país”, aponta Ana Maria Segall, médica epidemiologista e pesquisadora da Rede Penssan.

A insegurança alimentar segue como uma questão que atinge as regiões do Brasil de forma desigual. No Norte e no Nordeste, por exemplo, os números chegam, respectivamente, a 71,6% e 68%, índices expressivamente maiores do que a média nacional (58,7%). Os casos também são registrados com maior frequência no campo, quando comparado com as áreas urbanas. Em 2022, a fome já atingiu 21,8% dos lares de agricultores familiares.

Além disso, enquanto a segurança alimentar está presente em 53,2% dos domicílios onde a pessoa de referência se autodeclara branca, nos lares com responsáveis de raça/cor preta ou parda ela cai para 35%. Isso significa que 65% dos lares comandados por pessoas pretas ou pardas convivem com restrição de alimentos em qualquer nível. Comparando com 2020, a fome nesse cenário saltou de 10,4% para 18,1%.

Em relação aos alimentos, cerca de metade das 12.745 famílias entrevistadas afirmaram que deixaram de comprar, nos últimos três meses, arroz, feijão, vegetais e frutas, convivendo com a insegurança alimentar moderada ou grave. Entre as famílias que deixaram de comprar carnes, 70,4% passavam fome. Dados semelhantes foram encontrados nos lares onde os moradores não haviam comprado frutas (64%) e vegetais (63,6%).

Com informações do portal SBT News.

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