Governo promete plano sobre queimadas, mas apresenta medidas já conhecidas

BRASÍLIA (Reuters) – Um dia depois de ter sido fortemente criticado por entidades do agronegócio, o governo federal uniu três ministros no Palácio do Planalto para anunciar um “novo plano de atuação contra queimadas”, mas as medidas apresentadas foram as mesmas já em vigor desde o início deste ano.

REUTERS/Bruno Kelly

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o governo vai “atuar de forma contundente para zerar o desmatamento ilegal”, acrescentando que dados apontam para uma redução de 30% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com o sistema Deter, mostram que entre agosto de 2020 e julho de 2021, 8.712 km² foram desmatados na Amazônia, cerca de 5% menos que no período anterior.

De acordo com o ministro, o governo dobrou o orçamento dos órgãos de fiscalização –o que já havia sido anunciado no início do ano– e irá contratar mais 700 fiscais para o Ibama e o ICMBio, além de 6 mil brigadistas temporários para o combate a queimadas.

Apesar da presença de três ministros –além de Leite, estavam Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Anderson Torres, da Justiça– e da afirmação de que o tema é prioridade para o governo, nenhum deles se dispôs a responder perguntas.

Coordenador do Conselho Nacional da Amazônia, o vice-presidente Hamilton Mourão não estava presente.

Na segunda-feira, sete organizações do agronegócio divulgaram uma nota em que criticam fortemente a atuação no governo, destacando a preocupação com os “atuais desafios à harmonia político-institucional”, afirmando que tensões políticas estão custando caro ao país no cenário internacional e levarão tempo para serem revertidas.

Apesar da nota se concentrar nas constantes ameaças de ruptura democrática, vozes do agronegócio têm criticado o governo também na atuação do combate ao desmatamento ilegal, que afeta a imagem do setor entre importadores.

Em entrevista ao programa Roda Viva, na noite de segunda-feira, o presidente da Associação Brasileira de Agronegócio, Marcello Brito, fez críticas à atuação do governo na área.

“O nosso desafio enquanto país, voltando à nossa querida Amazônia, é chegar na COP (Conferência das Partes sobre o Clima, que acontece em novembro) e apresentar um programa sólido, que tenha começo, meio e fim”, afirmou. “Mas o Brasil vai chegar na COP devendo, vamos chegar lá para dar respostas. E pela segunda vez, vamos chegar a uma COP sem estar entre os líderes, vamos chegar entre os liderados.”

Entre no grupo do Massa News
e receba as principais noticias
direto no seu WhatsApp!
ENTRAR NO GRUPO
Compartilhe essa matéria nas redes sociais
Ative as notificações e fique por dentro das notícias
Ativar notificações
Dá o play plus-circle Created with Sketch Beta. Assista aos principais vídeos de hoje
Colunistas plus-circle Created with Sketch Beta. A opinião em forma de notícia
Alorino
Antônio Carlos
Claudia Silvano
Edvaldo Corrêa
Fabiano Tavares
Gabriel Pianaro
chevron-up Created with Sketch Beta.