Paraná promove ações para conservação do segundo maior remanescente da Mata Atlântica do Brasil

Com 99% de seu território dentro da Mata Atlântica, o Paraná é o segundo estado com a maior área remanescente do bioma no Brasil. São 2,31 milhões de hectares de floresta conservada, de acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, pouco menos que no estado de São Paulo (2,34 milhões de hectares). Ações práticas do Governo do Estado, que vão desde a distribuição de mudas de espécie nativas, reforço na fiscalização a projetos de economia sustentável, garantem a preservação da floresta, que é uma das mais diversas do planeta.

Foto: Alessandro Vieira/SEDEST

Junto com Santa Catarina e São Paulo, o Estado compõem o maior corredor com faixa contínua de Mata Atlântica do mundo. A área, conhecida como Grande Reserva Mata Atlântica, é o maior e mais bem conservado remanescente do bioma no Brasil, com cerca de 28% da área total legalmente protegida e diversas Unidades de Conservação que correspondem a mais de 470 mil hectares.

Além disso, o Paraná está entre os três estados com o maior número de Unidades de Conservação do bioma. Levantamento da ONG SOS Mata Atlântica mostra que Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná concentram, juntos, 66% do total do País. Esses locais contribuem com a conservação da biodiversidade e com a proteção das nascentes de água.

Iniciativas

Iniciativas como o Paraná Mais Verde, que incentiva o plantio e distribuição de mudas de árvores nativas em todo o Estado, auxiliam na recomposição florestal da Mata Atlântica, além de valorizar a arborização urbana e rural. Desde 2019, foram distribuídas 5,5 milhões de mudas, o que equivale a uma área em restauração de 3,3 mil hectares ou 3,3 mil campos de futebol.

As plantas nativas são oriundas dos 19 viveiros mantidos pelo Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), que produzem, por ano, 3 milhões de mudas de 100 espécies, incluindo as ameaçadas de extinção.

Outro projeto da Sedest faz o repovoamento de peixes nas bacias hidrográficas paranaenses e em seus afluentes. Através do Rio Vivo, cerca de 2,6 milhões de alevinos foram soltos nos rios, com o objetivo de proteger a fauna silvestre e o ambiente natural contra espécies invasoras. A iniciativa é desenvolvida desenvolvido em parceria com as prefeituras e também promove ações de educação ambiental para crianças de escolas municipais e estaduais, além do equilíbrio no ecossistema dos animais aquáticos.

Nos últimos anos, o Paraná também estruturou espaços para atendimento da fauna silvestre vitimizada, os chamados Centros de Apoio de Fauna Silvestre (Cafs). Foram implantadas unidades em Guarapuava, Londrina, Cascavel, Maringá e Curitiba, além do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Campos Gerais, em Ponta Grossa. Eles já receberam, triaram, trataram e devolveram para a natureza ou locais especializados quase 3,9 mil animais silvestres apreendidos ou resgatados.

Foram destinados, ainda, caminhões para auxiliar os municípios no abastecimento de água, combate a incêndios e gestão de resíduos sólidos. Foram 360 veículos entregues, incluindo caminhões-pipa que são utilizados para o combate a pequenos incêndios, higienização, irrigação e abastecimento de água).

O Estado também mantém convênios com grupos de montanhistas para ajudar a combater incêndios em parques estaduais, além de ações de educação ambiental para quem utiliza as unidades de conservação para o lazer.

Fiscalização

E para combater incêndios e desmatamentos ilícitos, o processo de fiscalização ambiental ganhou reforços tecnológicos no Estado, com a implantação de sistemas de georreferenciamento, que tornaram as análises dos técnicos IAT mais rápidas e precisas. Além da fiscalização realizada de forma física, o trabalho de monitoramento também passou a ser feito de maneira remota, sem necessidade de deslocamento.

O IAT viabilizou, ainda, de maneira organizada e periódica, a realização de forças-tarefas para identificar crimes contra o meio ambiente, como desmatamentos, pesca ilegal, embargos a licenciamentos ambientais. Outro avanço foi o convênio firmado em 2019 com o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMoa), que permite o sobrevoo em áreas de difícil acesso e facilita a identificação de crimes como desmatamento com maior facilidade.

Foram alvo das ações os crimes praticados contra a flora, como a supressão de vegetação nativa da Mata Atlântica; contra a fauna, como a pesca predatória e o tráfico de animais silvestres; e também poluição hídrica e atmosférica. As ações resultaram em embargos de áreas e apreensões de animais, redes e apetrechos proibidos para pesca, lenha, máquinas e equipamentos.

O número de multas entre 2019 e o início de 2022 é 84% maior em relação a todo período de 2015 a 2018. Só nos primeiros meses deste ano, o IAT emitiu 2.119 autuações, totalizando R$ 44,6 milhões.

Geração de renda

A geração de renda para a população que vive em áreas remanescentes da Mata Atlântica também é foco de políticas públicas, seja através do incentivo ao ecoturismo ou pelo cultivo de alimentos de forma sustentável.

Um exemplo é o Programa de Apoio às Vocações Regionais Sustentáveis (VRS), desenvolvido pela Invest Paraná para fomentar as cadeias de valor e abrir mercados a produtos típicos paranaenses, produzidos de forma sustentável e de maneira tradicional.

O programa foi iniciado pelos municípios de Antonina, Morretes e Guaraqueçaba, no Litoral, onde se encontram as áreas mais preservadas da Mata Atlântica paranaense. Na região, ele trabalha os conceitos de turismo de natureza e de base comunitária, além dos produtos regionais, como a banana, mandioca e açaí de juçara.

O município de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, também é contemplado pelo programa, que atua na transição da agricultura convencional para negócios sustentáveis na região da bacia do Rio Miringuava.

Na região do Miringuava, o projeto se mescla à outra iniciativa que conta com a participação do Governo do Estado, por meio da Sanepar e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). É o Movimento Viva Água, idealizado pela Fundação Grupo Boticário. A iniciativa atende 1,2 mil agricultores familiares que vivem próximos à bacia do Rio Miringuava, em São José dos Pinhais.

Eles recebem formação e projetos de extensão rural para produzir alimentos de forma sustentável, com boas práticas que visam à conservação do solo e da água, além de agregar valor à produção e estimular o empreendedorismo entre os produtores rurais. Além de agregar valor aos produtos, a iniciativa também busca melhorar a qualidade da água e garante a segurança hídrica da Região Metropolitana de Curitiba.

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