Operação mira em quadrilha suspeita de cometer fraudes bilionárias no Brasil e no exterior

Cerca de 100 policiais federais e servidores da Receita Federal cumprem 20 mandados de busca e apreensão na Operação Poyais, todos expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba, na manhã desta quinta-feira (6). Além disso, houve a decretação judicial de sequestro de imóveis e bloqueio de valores.

Foto: PF

As ordens judiciais são cumpridas nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Governador Celso Ramos (Santa Catarina), Barueri (São Paulo), São José do Rio Preto (São Paulo) e Angra dos Reis (Rio de Janeiro).

As investigações contra organização criminosa suspeita da prática no Brasil e no exterior desde 2016, dos crimes de estelionato e contra o sistema financeiro, foi iniciada em março de 2022. A apuração começou após recebimento, por meio da Interpol, de informações e solicitação passiva de cooperação policial internacional da Homeland Security Investigations (HSI) e do Department of Homeland Security da Embaixada dos EUA, em Brasília EUA.

Em janeiro de 2022, a agência norte-americana informou a Polícia Federal que uma empresa internacional com atuação nos Estados Unidos da América, bem como seu principal gerenciador, um brasileiro residente em Curitiba, estavam sendo investigados pela Força Tarefa de El Dorado (El Dorado Task Force), da HSI de Nova Iorque, por envolvimento em conspiração multimilionária de lavagem de capitais a partir de um esquema de pirâmide de investimentos em criptoativos.

Após o pedido da cooperação policial internacional, iniciou-se investigação em Curitiba por conta das suspeitas da ocorrência de crimes relacionados às fraudes praticadas nos EUA pelo brasileiro, além da lavagem transnacional dos recursos ilícitos recebidos no exterior. O brasileiro possuía mais de cem empresas abertas no Brasil vinculadas a ele e, através de seu grupo empresarial, enganava investidores não só no exterior, mas também em território nacional.

Foto: PF

Por meio de atuação entre as autoridades norte-americanas e a Polícia Federal, foram produzidas provas nos Estados Unidos da América por meio de cooperação jurídica internacional, que auxiliaram a investigação brasileira. O investigado cometia fraudes no exterior, no Brasil e de dentro dos escritórios de seu grupo empresarial constituído em Curitiba.

As evidências colhidas no exterior se somaram a diversas providências de polícia judiciária realizadas no bojo da investigação da Polícia Federal e motivaram o pedido por medidas judiciais para cessação da atividade criminosa, rastreio do produto dos crimes e colheita de novas provas.

O suspeito enganou milhares de vítimas que acreditavam nos serviços por ele prometidos através de suas empresas, os quais consistiam no aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.

Ele afirmava ter experiência no mercado de tecnologia e criptoativos e com isso, informava possui uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.

O investigado constituiu uma organização criminosa, inclusive com muitos membros de sua família que também eram funcionários de suas empresas, para se apropriar dos valores investidos tanto em reais como em criptomoedas, pelas vítimas da fraude.

Foto: PF

A mesma organização criminosa, com parceiros no exterior, cometia crimes semelhantes com foco em marketing multinível nos Estados Unidos e em ao menos outros 10 países.

Outra estratégia identificada era a de criação de criptomoedas próprias, as quais também eram comercializadas através das empresas e garantiriam pagamento de retornos mensais extravagantes. Os criptoativos não possuíam lastros e não tinham liquidez no mercado, sendo usadas unicamente para continuidade das fraudes.

Enquanto parte dos recursos dos clientes era usada para pagamentos das remunerações mensais, o restante era usado pelo investigado e pela organização criminosa para aquisição de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, reformas, roupas de grife, joias, viagens e diversos outros gastos.

Após roubar as vítimas, a organização criminosa passou a atrasar e logo deixou de pagar as remunerações mensais contratadas pelos clientes. Da mesma forma, bloqueou os pedidos de saques. Dentre as justificativas dadas, eles informaram que estavam com problemas de ordem administrativa, financeira e técnica.

A quadrilha movimentou, no Brasil, cerca de R$ 4 bilhões pelo sistema bancário oficial.

Informações da PF

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