José Tiago Correia Soroka, apontado como autor da morte de três homossexuais no Paraná e em Santa Catarina, foi preso no último sábado e confessou os crimes à Polícia Civil. Além dos homicídios confirmados, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga se o suspeito de ser ‘serial killer’ teve participação na morte de um médico, em agosto de 2016, em Curitiba.
Em depoimento, Soroka relatou que escolheu as vítimas pela facilidade de conseguir acessar as residências. Segundo a polícia, os três rapazes assassinados tinham o mesmo perfil: eram homossexuais e moravam sozinhos. Após os crimes, o assassino confesso subtraía pertences dos imóveis e fazia a venda para conseguir sustentar o vício em drogas.
“A intenção era poder adentrar na residência. Não é por ser homossexual, hétero ou pela opção sexual da pessoa, mas sim pela facilidade de poder estar dentro da residência.”, disse José Tiago Soroka durante o interrogatório à Polícia Civil
Depois da repercussão dos casos, a polícia está apurando se o médico Sergio Roberto Savitski, de 53 anos, pode ter sido assassinado por Soroka. O crime aconteceu no mês de agosto de 2016, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Na ocasião, Savitski apresentava sinais de asfixia e o homicídio tinha as mesmas características dos demais.
À época, um suspeito chegou a ficar preso por cinco meses apontado como autor da morte. A inocência foi provada depois de um laudo pericial, que confrontava a altura do suspeito do preso com a do autor do homicídio flagrado por imagens de câmeras de segurança do edifício.
Com a prisão de José Tiago, familiares do médico e também do rapaz preso de forma equivocada procuraram a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa para investigar a participação dele em outros crimes na capital. Soroka confessou três assassinatos e preferiu não responder às perguntas do delegado sobre outros crimes.
Investigação
José Tiago é suspeito de cometer crimes contra homossexuais em um pequeno intervalo de tempo. O suspeito, segundo a polícia, se passava por outra pessoa nos aplicativos de mensagem e buscava por rapazes que moravam sozinhos. Nos encontros, as vítimas eram amarradas e assassinadas por asfixia.
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De acordo com o delegado, Thiago Nóbrega, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), uma das vítimas do agressor sobreviveu ao ataque, no dia 11 de maio, e contou em detalhes como escapou da morte.
“No apartamento, disse que ele foi carinhoso, educado e que pediu pra que a vítima tirasse as vestes. No momento em que ficou de costas, o agressor aplicou um golpe mata-leão para tentar esganar a vítima, mas por ser mais forte o homem reagiu e o suspeito conseguiu fugir”, disse em entrevista à Rede Massa.
Crimes
Segundo as investigações, José Tiago seria responsável pelas mortes de David Júnior Alves Levisio, ocorrida no dia 27 de abril, e Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, assassinado no dia 4 de maio, ambas na capital paranaense. Além do enfermeiro e do estudante de medicina, ele também é suspeito do latrocínio contra Robson Olivino Paim, no dia 16 de abril, no norte catarinense.
As três vítimas, de acordo com a polícia, eram homossexuais e moravam sozinhas. Eles foram encontrados mortos amarrados na cama de suas residências com sinais de asfixia.