A Polícia Civil de Ponta Grossa investiga um caso de intolerância religiosa contra uma mesquita de Ponta Grossa. Bandidos invadiram o templo religioso neste fim de semana, danificaram o prédio e atearam fogo ao Alcorão, livro sagrado do islamismo. O ato causou revolta na comunidade islâmica paranaense e acende o alerta nas autoridades para outros casos de perseguição religiosa.
Os criminosos invadiram a Mesquita Imam Ali por uma porta lateral, incendiaram o livro sagrado e ainda picharam as paredes do local. Os responsáveis pela Mesquita acionaram as autoridades, que já investigam o caso em busca dos invasores.
Após o ataque, a direção do templo emitiu uma nota repudiando o ato:
“É com grande pesar e repúdio que a Mesquita Imam Ali de Ponta Grossa informa aos nossos irmãos e irmãs da comunidade que a nossa querida Mesquita foi invadida por vândalos e hereges na madrugada desta sexta-feira e que profanaram nosso querido Alcorão Sagrado, queimando-o e sujando as santas paredes da nossa Hussinie. Esse crime hediondo não atingiu apenas o Islã, mas também a todas as demais crenças e religiões, pois profanaram as palavras e a Casa de Deus. Já acionamos as autoridades responsáveis e todas as medidas cabíveis já estão sendo tomadas”.
A Comunidade Israelita do Paraná também se manifestou contra o ato de perseguição religiosa ocorrido no interior do Paraná.
“Chocadas com a violência perpetrada contra a Mesquita Iman Ali, de Ponta Grossa, a Federação Israelita do Paraná, em nome da comunidade israelita paranaense, e a B’nai B’rith Paraná, representante da mais antiga instituição de direitos humanos do mundo, vêm a público lamentar e repudiar, veementemente, as agressões sofridas pelos fiéis muçulmanos daquela cidade. Manifestamos nossa profunda solidariedade ao sheik Mahmoud Shamsi e à sua congregação em razão do vandalismo praticado pelo ódio islamofóbico, pela intolerância religiosa e pelo nefasto racismo.
É inadmissível que um templo religioso seja desrespeitado com invasão, pichações e a destruição, pela queima do livro sagrado do Alcorão. Episódios preocupantes como este, que repetiu outro ocorrido em 2015 na mesma mesquita, não devem ser tolerados. Pedimos às autoridades policiais e judiciais a apuração rigorosa dos fatos e a punição dos responsáveis pelo abominável ataque”.