Preso desde outubro de 2018, o assassino confesso do jogador Daniel Correia Freitas, Edison Brittes será transferido para a Casa de Custódia de São José dos Pinhais após a defesa alegar tortura por parte dos presos na Penitenciária Central do Estado (PCE). O pedido foi feito à 1ª Vara Criminal do foro regional de São José dos Pinhais.
O pedido foi aceito pela Juíza Luciani Regina Martins de Paula, na última sexta-feira (12) e Brittes deve ser transferido nas próximas horas. “Pelo que ele relata, os agentes penitenciários colocaram a massa carcerária contra ele, dizendo que o espaço ‘vai ficar pequeno’. Estamos na iminência de termos Edison Brittes assassinado”, disse Cláudio Dalledone Júnior, advogado de defesa.
Juntamente com a esposa, Cristiana Brittes, a filha, Allana Brittes, e mais quatro pessoas, Edison Brittes é acusado de ter matado o jogador Daniel Correia Freitas, no dia 27 de outubro de 2018, na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais. Na época, a vítima foi torturada e teve o órgão genital arrancado pelo acusado. Desde então, Brittes é o único réu que permanece preso.
Pedido
A mãe de Edison Brittes registrou um Boletim de Ocorrência pedindo à Justiça a transferência do filho para a Casa de Custódia. O pedido foi feito depois que Brittes contou sobre as agressões que vinha sofrendo, inclusive, por ser impedido de tomar banho sol, receber comida azeda e não ter o fornecimento de água potável.
Com base em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça de São José dos Pinhais aceitou o pedido de transferência. Além disso, foi acatado pedido de investigação das denúncias de agressão e tortura dentro da penitenciária.
Crime
O ex-jogador Daniel foi morto na madrugada de 27 de outubro, na Colônia Mergulhão, área rural de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, após ter sido espancado e ter o pênis decepado. Segundo o empresário Edison Brittes relatou à época, Daniel teria tentado estuprar a esposa, Cristiana Brittes, durante festa na residência – onde se comemorava o aniversário da filha, Allana – e esse fato teria desencadeado o crime.
Acusações
Veja os crimes pelos quais são acusados os réus:
Edison Luiz Brittes Júnior: homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, tortura (por não ter dado chance de defesa à vítima) e meio cruel; ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menores e coação durante o curso do processo;
David Willian Vollero: homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, tortura e meio cruel; ocultação de cadáver, fraude processual;
Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, tortura e meio cruel; ocultação de cadáver; fraude processual e corrupção de menores;
Ygor King: homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, tortura e meio cruel; ocultação de cadáver e fraude processual;
Cristiana Brittes: fraude processual, corrupção de menores e coação durante o curso do processo;
Allana Brittes: fraude processual, corrupção de menores e coação durante o curso do processo;
Evellyn Perusso: fraude processual