Um levantamento inédito, apresentado pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), aponta que, até 2050, pode ter mais plástico do que peixes no mar. Parte do material escapa do sistema de coleta, indo parar nos rios e, consequentemente, poluindo os oceanos.
Cada brasileiro, em média, lança 16 quilos do material nos oceanos por ano. Ao todo, são quase 3 milhões e meio de toneladas. A contaminação é feita de diversas formas. O caminhão, que não passa para recolher o lixo, se recolhe, pode descartar no local errado. A população ainda pode fazer o descarte no chão, fazendo com que o vento leve o material para os rios ou mares.
O estudo, por sua vez, debate a urgência de medidas para a preservação dos oceanos, que vão além de campanhas voltadas aos cidadãos. “A responsabilidade vem também do setor produtivo, do setor empresarial — essa consciência de que os recursos são finitos e de que eles precisam voltar para cadeia produtiva. Por que o tubo de pasta de dente precisa vir dentro de uma caixa de papelão?”, questionou Gabriela Otero, coordenadora do Blue Keepers.
Alguns locais no país são considerados mais preocupantes, como a Baía de Guanabara, os rios Amazonas e São Francisco. Em São Paulo, pescadores da Baixada Santista recebem até R$ 600 em um cartão de alimentação pelo lixo que retiram do mar e deixam nos pontos de coleta.
“A mudança climática que estamos enxergando, com eventos extremos, muita chuva e calor, não está essencialmente ligada à terra. Temos que olhar para os oceanos, que têm um papel vital na regulação do clima e, com certeza, o plástico também tem a ver com isso”, explicou Rodrigo Levkovicz, diretor executivo da Fundação Florestal.
Informações de SBT News