Queiroga contraria dados e diz que vacinas não têm todas as evidências científicas

Por Rodrigo Viga Gaier e Eduardo Simões

REUTERS/Ueslei Marcelino

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) – O ministro da Saúde contrariou dados de pesquisas científicas que comprovam a eficácia das vacinas contra Covid-19 que estão sendo aplicadas no Brasil ao afirmar que os imunizantes não têm todas as evidências científicas, concordando com declaração recente do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a questionar as vacinas.

Em evento no Rio de Janeiro, no qual o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), anunciou a antecipação do calendário de vacinação para imunizar todos os adultos da cidade até 31 de agosto, Queiroga afirmou que “tem de questionar tudo” ao comentar as dúvidas que Bolsonaro coloca sobre a vacinação.

“O presidente Bolsonaro fala que não se tem todas as evidências científicas da vacina, e aí se interpreta que ele está questionando as vacinas. Tem que se questionar tudo, e não se tem todas as evidências científicas mesmo não”, afirmou o ministro.

Ao contrário do que afirmou Queiroga, as três vacinas atualmente sendo aplicadas no Brasil –CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac e os imunizantes da AstraZeneca e da Pfizer– passaram por testes clínicos que comprovaram eficácia superior a 50% no combate à Covid-19, patamar mínimo apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como necessário para se aprovar uma vacina.

As vacinas da AstraZeneca e da Pfizer têm registro definitivo dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já a CoronaVac obteve autorização de uso emergencial do órgão regulador brasileiro e da OMS. Cabe à Anvisa autorizar o uso de vacinas e medicamentos no Brasil, com base em dados de segurança e eficácia dos mesmos.

Além da autorização da Anvisa, o Instituto Butantan, que envasa a CoronaVac no Brasil, fez um estudo no município de Serrana, interior de São Paulo, que mostrou que a vacinação em massa da população da cidade com a vacina da Sinovac reduziu em 95% as mortes por Covid.

A vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, para a qual o Ministério da Saúde também tem acordo de compra e que será usada no país, tem autorização de uso emergencial dada pela Anvisa e registro concedido pela Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, onde o imunizante já está sendo aplicado.

Apesar de concordar com os questionamentos de Bolsonaro às vacinas, Queiroga afirmou, também nesta sexta-feira, que tem buscado antecipar a chegada de doses de imunizantes contra Covid-19 e apontou a vacinação como uma esperança dos brasileiros.

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