O debate sobre o aborto vem aumentando nas redes sociais e, segundo pesquisa da Fundaçã Getulio Vargas (FGV), superou 1,4 milhão de publicações apenas entre maio e junho deste ano. O levantamento foi baseado no Twitter, que, durante o período, registrou 10 hashtags de repercussão, como #abortonao (com 21,4 mil postagens), #criançanaoemae (com 15,3 mil tuítes) e #abortoseguro (com 8,5 mil publicações).
O cenário acontece em meio a divulgação dos recentes casos de estupros no Brasil, como o pedido de aborto de uma menina de onze anos que foi estuprada em Santa Catarina e a doação do bebê gerado pela atriz Klara Castanho, também vítima de estupro. Além desses, recentemente veio à tona uma menina abusada e mantida em cárcere privado e o médico que abusou de uma paciente durante o parto – ambos no Rio de Janeiro.
A discussão teve maior repercussão no dia 25 de junho, contabilizando mais de 286,2 menções. Em tom de repúdio e indignação, postagens condenam a prática de estupro, associando o abuso sofrido pela menina catarinense e atriz Klara Castanho, conduzindo os acontecimentos para um debate mais amplo sobre violência contra mulheres no Brasil.
“Mensagens evidenciam que, nesses contextos, quaisquer decisões tomadas pelas mulheres e amparadas pela Constituição – quer sejam de entregar o bebê à adoção ou do aborto legal – são alvos de julgamentos e condenações que evocam antes ódio às mulheres do que amor à vida. Apesar de forte engajamento, a hashtag #abortonao não supera o volume total de indexadores favoráveis ao procedimento”, disseram os autores.
A discussão sobre o tema também foi pauta em maio, quando houve a revelação de que a Suprema Corte dos Estados Unidos estava tramitando um projeto para derrubar a jurisprudência Roe vs. Wade, de 1973, que garantia o direito ao aborto seguro no país. Na data, foram mais de 34,6 mil menções sobre o caso no Twitter, que acabou se tornando realidade no dia 24 de junho.
Informações de SBT News