Pessoas que completaram o esquema primário de vacinação contra covid-19 com o imunizante da CoronaVac e receberam a dose de reforço da Pfizer têm até 85,5% a mais de proteção contra casos graves da doença, quando comparado com aqueles que tomaram a dose adicional do imunizante do Instituto Butantan. A avaliação é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que comparou a efetividade do reforço vacinal em adultos brasileiros.
Segundo os pesquisadores, o estudo foi realizado durante o surto da variante ômicron no país, entre dezembro de 2021 e março deste ano. Para isso, foram analisadas três cenários: pessoas vacinadas apenas com a série primária de CoronaVac (duas doses), com dose de reforço homóloga (três doses de CoronaVac) e heteróloga (duas doses de CoronaVac + reforço de Pfizer).
A eficácia da vacina em até seis meses após a segunda dose de CoronaVac foi de 8,1% contra covid-19 sintomática e de 57% contra desfechos graves da doença. Com uma terceira dose da mesma vacina, a proteção contra a covid sintomática foi de 15% e, contra a grave, de 71,3%. Já com uma terceira dose da Pfizer, a proteção aumenta de forma significativa: 56,8% contra a covid-19 leve e 85,5% contra os casos graves.
A principal conclusão do estudo é que uma dose de reforço homóloga de CoronaVac fornece proteção adicional limitada, enquanto uma dose de reforço de Pfizer proporciona proteção sustentada contra a forma grave da doença por pelo menos três meses. Os resultados reforçam a recomendação do Ministério da Saúde para que o Brasil priorizasse a utilização de vacinas de RNA mensageiro (Pfizer) na dose de reforço, independentemente do esquema vacinal primário.
Em caso de falta de doses de Pfizer, a pasta sugere o uso, de maneira alternativa, de vacinas de vetor viral – Janssen ou AstraZeneca.
Informações de SBT News