Famílias do município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, ganharam uma nova fonte de renda com o Programa Empreenda, iniciativa que empodera pessoas com deficiência e suas famílias, incentivando a autonomia e promovendo o desenvolvimento por meio do empreendedorismo gastronômico.
Realizado desde 2019, o programa desenvolvido pela ASID Brasil em parceria com a Risotolândia beneficiou mais de 40 mães de crianças com deficiência, sendo a maior parte dessas crianças com Transtorno do Espectro Autista.
Somente na edição 2021, realizada em formato online entre junho e setembro, 12 mulheres criaram o próprio negócio ou aperfeiçoaram projetos que já estavam em andamento. Ao todo, foram mais de 25 horas de capacitação, divididas em 14 aulas, que abordaram conhecimento técnico em vendas, gestão, marketing, boas práticas em gastronomia e
outros temas.
“Quando olhamos para famílias de pessoas com deficiência, há muitos casos de que a mãe passa a acompanhar seu filho em seus atendimentos na área de saúde e escolar, tornando a rotina incompatível com a exigência do mercado de trabalho. Nossa proposta é gerar empoderamento, renda e mais qualidade de vida”, explica a coordenadora de projetos da ASID, Caroline Ferronato.
Foi com o Programa Empreenda de 2020 que Claudirene França viu a oportunidade de oferecer um novo tratamento para o filho Emanoel, de 11 anos, que tem autismo. “Como eu não conseguia trabalhar fora, fazia alguns bolos para vender e ajudar com as despesas da casa, mas não era o suficiente para alcançar o meu objetivo: oferecer para o meu filho um
tratamento alternativo. Em 2020 eu fiquei sabendo do Programa Empreenda e entrei. Foi aí que tudo mudou. Eu, que nunca pensei em empreender, agarrei essa chance e consegui aperfeiçoar o meu negócio”, relembra.
Atualmente, Claudirene chefia a loja “O Mundo Doce da Clau”, onde vende bolos, doces e outros quitutes. “Graças ao Empreenda e ao trabalho que eu desenvolvo, posso pagar para o meu filho o tratamento que ele precisa e vejo como isso mudou a nossa vida. Hoje, o Emanoel é um menino mais tranquilo, vai para a escola, tem interesse em estudar e até me ajuda na organização da cozinha. Inclusive, gosta de fazer propaganda dos meus bolos”, conta.