O Ministério Público do Paraná denunciou nesta terça-feira (30) o guarda municipal Edislon Pereira da Silva por homicídio doloso (quando há intenção de matar). Ele foi apontado pela Polícia Civil como autor do tiro que matou o jovem Caio José Ferreira de Souza Lemes, de 17 anos, em março deste ano.
Na denúncia, o MPPR sustenta que a única motivação para o guarda municipal atirar contra Caio José teria sido o fato do jovem não obedecer à abordagem realizada por ele e outros dois agentes. Além disso, a Promotoria argumenta que o tiro foi disparado quando o rapaz já estava rendido, de joelhos e com as mãos na cabeça, sem oferecer resistência.
Por isso, o MPPR denunciou o guarda municipal por homicídio doloso com duas qualificadoras: motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Fraude processual no caso Caio José
Outro guarda municipal envolvido no caso vai responder por fraude processual, assim como o guarda denunciado por homicídio. Edmar Teixeira teria ajudado Edilson a colocar uma faca perto do corpo da vítima com o objetivo de simular legítima defesa, segundo o MPPR.
Por isso, os dois guardas foram denunciados também por fraude processual. O terceiro agente envolvido na trágica abordagem não participou dessa situação e atuou como testemunha do caso e, portanto, não foi denunciado.
Relembre o caso Caio José
O caso Caio José aconteceu no dia 25 de março na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Os guardas municipais relataram no boletim de ocorrência que Caio tirou uma faca de 25 centímetros do boné e reagiu à abordagem, e Edilson alegou que atirou para se defender.
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Durante a investigação sobre a morte de Caio José, testemunhas negaram que o jovem estivesse armado. A situação ganhou novos contornos quando um terceiro guarda que também estava na abordagem revelou que o jovem não estava com uma faca.
A sindicância interna feita pela Guarda Municipal confirmou que foram constatados indícios de irregularidades.