Equipes da Rede Massa sofrem ameaças na cobertura de atos golpistas

Em uma clara tentativa de impedir o livre exercício da imprensa na cobertura dos atos golpistas que tomaram conta do Brasil desde o último domingo (8), equipes da Rede Massa | SBT sofreram ameaças e foram hostilizadas durante os trabalhos ontem e também nesta segunda-feira (9) em Curitiba.

Foto: Reprodução/Rede Massa

Na noite de domingo, o repórter Manoel Costacurta e o repórter cinematográfico Mariano Gomes foram hostilizados duas vezes enquanto tentavam acompanhar o protesto realizado em frente à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. Nos dois momentos em que a equipe tentou se aproximar da mobilização, houve realização por parte de alguns integrantes do bando.

Na primeira oportunidade, os golpistas jogaram pedras contra o carro da emissora e obrigaram os repórteres a se afastarem do local. Na tentativa de levar a informação ao público, Costacurta e Gomes tentaram chegar mais perto dos manifestantes durante a negociação com a tropa de choque da Polícia Militar, mas novamente foram ameaçados e precisaram deixar o local para preservar a integridade física.

Equipe da Rede Massa é ameaçada com facão

A tentativa de censurar e impedir o livre exercício da imprensa seguiu nesta segunda-feira na cobertura do desmonte do acampamento bolsonarista em frente ao quartel do Boqueirão, na Avenida Marechal Floriano. O repórter cinematográfico João Kostin Junior foi perseguido por um criminoso armado com facão. A cena foi presenciada pela repórter Elisa Rossato.

“Tinha pouca gente, uma meia dúzia de manifestantes, porque o acampamento estava praticamente desmontado”, relata Elisa. Ela conta que um homem sacou um facão e passou a acompanhar a movimentação de Kostin, que fazia imagens do trabalho das forças policiais. “Ele tirou o facão e afiou no asfalto, atravessou a rua e continuou observando. Quando ele saiu em disparada correndo atrás do Kostin, ele veio correndo até o carro para não ser atingido pelas facadas”, conta a repórter.

A covardia contra os profissionais da imprensa chegou a tal ponto que as equipes da Rede Massa precisaram usar carros descaracterizados para conseguir, minimamente, acompanhar a desmobilização dos acampamentos golpistas que insistem, mais de 60 dias após o término das eleições, em descreditar o resultado das urnas e pedirem intervenção das Forças Armadas para impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já diplomado, exerça seu terceiro mandato.

Grupo Massa repudia ataques à imprensa

O Grupo Massa vem a público repudiar a violência contra jornalistas e demais comunicadores que têm ocorrido durante a cobertura das manifestações nos quartéis e que surpreendem e preocupam a sociedade brasileira. Os casos de agressões aos profissionais são um evidente atentado à liberdade de expressão e de imprensa. Repudiamos todo e qualquer ato de violência. Acreditamos na democracia, na liberdade de expressão e em um Brasil unido, livre e em paz.

Outras emissoras também sofreram ameaças

Os ataques à democracia e à Constituição, que prega o livre exercício da imprensa, também atingiram outras emissoras de Curitiba, de acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR).

Uma equipe de reportagem da Band Paraná TV foi hostilizada por extremistas em frente ao Quartel-General do Pinheirinho, em Curitiba. O repórter Bruno Henrique e o repórter cinematográfico Bruno Moura ouviram xingamentos e foram ameaçados pelos extremistas, de acordo com comunicado emitido pelo Sindijor.

“Antes ainda, a equipe da RICTV Record também passou por intimidações no mesmo local por manifestantes que permaneciam ao redor do veículo em que o repórter Lúcio André e o repórter cinematográfico Emerson Guidolin estavam”, diz a nota do Sindicato.

Conforme o relato da entidade sindical, “um dos bolsonaristas se aproximou com uma barra de ferro nas mãos, enquanto outro, aos gritos, tentou abrir a porta do veículo dando socos no vidro. Os profissionais conseguiram filmar a tentativa de intimidação dos manifestantes à equipe da outra emissora, que chegou na sequência”.

Também nesta segunda, ainda pela manhã, o repórter Angelo Sfair, da Band News FM, foi hostilizado em frente ao 20º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB) no Bacacheri, em Curitiba.

“Dentro do acampamento, o jornalista ouviu xingamentos e gritos de um extremista enquanto outros acampados se aproximaram reclamando dos registros feitos pelo profissional. O repórter foi acompanhado até a saída por um manifestante”, diz o comunicado.

Sindijor condena ataques à liberdade de imprensa

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm a público repudiar as atitudes hostis contra profissionais de imprensa durante a cobertura dos desmontes de acampamentos em frente aos quartéis do Paraná e todo o Brasil.

O SindijorPR está apurando outras equipes que também podem ter sofrido agressões ou tiveram seu direito de trabalhar ameaçado.

O SindijorPR condena toda violência por parte dos integrantes dos manifestos e cobra das autoridades estaduais e federais ações urgentes e garantias para que os jornalistas possam ter segurança no seu exercício profissional. A entidade solicita ainda que as empresas de comunicação priorizem a segurança de seus funcionários durante a cobertura dos desmontes de acampamentos e atos de vandalismo pelo país.

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