A Polícia Militar (PM) concluiu o inquérito que investigava a morte do presidente da torcida Fúria Independente, Mauro Urbim. O resultado do laudo, divulgado em coletiva nesta quinta-feira (1), confirma que as lesões em Mauro foram causadas pela pisada de um cavalo da PM. A corporação considera que o caso foi uma fatalidade.
Mauro teve traumatismo craniano após os acontecimentos da partida entre Paraná Clube e FC Cascavel pela Série D no dia 30 de julho. No dia 1º de agosto, os médicos constataram a morte cerebral do torcedor.
Segundo o Tenente-Coronel Angelotti, do comando do policiamento especializado, Mauro teria se desequilibrado e caiu. Foi então que aconteceu o pisão do cavalo.
“Houve um desequilíbrio do senhor Mauro, que acabou vindo ao chão, e segundo o laudo da Polícia Científica, foi constatado que a lesão que foi provocada foi compatível com a pisadura de um cavalo.”
O caso
Na coletiva, a PM afirmou que tudo teria acontecido após uma notícia de que estavam tentando depredar uma faixa da Fúria Independente, que ficava próxima à torcida visitante. Mauro e outros integrantes da organizada foram até o local, no intervalo do jogo, para saber o que estava acontecendo.
A PM diz que a cavalaria foi até o local após funcionários do Paraná Clube relatarem a confusão. Os policiais teriam tentado conter os torcedores, cerca de 30 pessoas, e ocorreu a fatalidade com Mauro.
O Tenente-Coronel Angelotti diz que o laudo aponta apenas um pisão do cavalo, e não várias patadas. Isso seria contra a natureza do animal.
“Quando o cavalo se depara com alguma coisa diferente, ou ele tenta saltar, ou vai refugar ou desviar. Ele jamais vai ficar agredindo a pessoa ou pisoteando no objeto”.
Os 11 policiais da cavalaria que estavam no estádio naquele momento foram ouvidos, mas nenhum deles relatou que seu cavalo teria dado o pisão em Mauro. O inquérito da Polícia Militar e da Polícia Civil concluiu que não houve irregularidade por parte dos PMs, e o acontecido foi uma fatalidade.
O caso agora será encaminhado para a Vara da Auditoria da Justiça Militar, que deve determinar o indiciamento dos envolvidos. Se forem indiciados, eles podem responder apenas por lesão corporal grave.
Defesa da família de Mauro se manifesta
Após a coletiva da PM, as advogadas Thaise Mattar Assad e Caroline Mattar Assad enviaram nota à imprensa questionando a versão da coeporação.Veja a nota:
As advogadas subscritoras, na defesa dos interesses da família da vítima fatal, tecnicamente discordam da “versão policial” de que se tratou de uma “fatalidade”.
O laudo revelou que a versão incialmente apresentada pela Polícia Militar é falsa e que Mauro teve sua cabeça pisoteada pela cavalaria da PM/PR.
Fatalidades não possuem três versões contraditórias.
O caso seguirá ao Ministério Público do Paraná para denúncia criminal.
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