A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou a indicação ao Executivo para que o restaurante do Programa Mesa Solidária, seja retirado do Centro da cidade e transferido para outro ponto da capital paranaense.
Atualmente, o Mesa Solidária é localizado na rua Barão do Cerro Azul, ao lado da praça Tiradentes, na região central da cidade. A discussão da proposta, que não é impositiva à Prefeitura de Curitiba, começou na sessão plenária de terça-feira (6) — porém, devido ao fim do tempo regimental, só foi retomada na quarta-feira (7) e concluída após quase 2 horas de debate.
Em votação simbólica, com seis votos contrários e 17 favoráveis, a sugestão foi apresentada pelo vereador Eder Borges (PP).
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O vereador argumentou que o programa é “desastrado”, pois leva transtornos para o entorno da praça e para o Centro Histórico. O parlamentar afirma que comerciantes relatam que a população assistida pelo Mesa Solidária “desperdiça comida”.
“Lá não é lugar para programas como esse. Esse programa deve estar em áreas de vulnerabilidade social. Pertinho do Centro, temos a Vila Torres, ali tem pessoas que realmente precisam deste programa, e não no Centro. É mais fácil pedir esmolas do que trabalhar”,
emendou.
O vereador relatou, ainda, que “eles comem a carne e simplesmente jogam fora o feijão e o arroz. É um desperdício de comida e vem causando um problema de saúde pública, porque comida na rua atrai ratos, baratas, atrai esses animais. E como se isso não bastasse, […] existem pessoas ruins que são atraídas por este tipo de programa [social]”.
“Gente que fica assaltando ali na região, que fica fazendo abordagens importunas a transeuntes, pedindo esmolas de forma mais agressiva, e isso está acabando com o comércio da região”,
justificou Eder Borges.
O parlamentar informou, também, ter protocolado um projeto de lei que regulamenta a criação de uma campanha de desincentivo a esmolas. Para o vereador, a caridade “é louvável, mas está no lugar errado”:
“Os turistas que vêm a Curitiba mal podem transitar pelo Centro Histórico, que sempre teve problemas com esses ‘nóias’, como se diz, e que vêm sendo atraídos por esses programas, que os convidam a permanecer numa vida indigna, a permanecer na rua, onde têm tudo de graça, tudo de maneira fácil, e isso traz o caos para a nossa cidade”,
analisou.
Na sua opinião, continuou, “o Centro não é uma área de vulnerabilidade social”.